O Rio Grande do Sul já notificou mais surtos da síndrome mão-pé-boca em 2023 do que no ano passado inteiro. No total, são 86 notificações em 39 municípios, somando 978 casos. A doença, uma infecção considerada altamente contagiosa, é comum entre crianças, especialmente as menores de cinco anos.
Há pouco mais de 15 dias, o RS chegou ao marco de 210 casos, 20 notificações de surtos e 15 municípios afetados pela doença. Na ocasião, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), ligado à Secretaria Estadual da Saúde (SES), divulgou uma nota esclarecendo que a maioria das ocorrências de surtos foram em escolas de Educação Infantil. O novo levantamento de casos da SES indicou que a maioria dos casos seguem sendo nestas instituições.
O número de 2023 já supera o do ano passado, quando foram notificados 68 surtos em 35 municípios, somando 581 confirmações. Mas são inferiores ao ano anterior. Em 2021 foram registrados 172 surtos em 76 cidades, que totalizaram mais de 3,3 mil casos da doença.
A Cevs explica que os surtos são caracterizados quando há mais de três casos em um mesmo local. Além de Porto Alegre, outras 38 cidades gaúchas já registraram surtos neste ano. Segundo O Globo, quatro Estados já notificaram surtos da doença. Os outros Estados afetados são Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.
Transmissão
Mão-pé-boca é uma síndrome cuja transmissão é fecal-oral, ou seja, ocorre mediante contato físico com fezes, saliva, secreções, objetos ou alimentos contaminados. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. Dessa forma, a higiene das mãos deve se manter intensificada mesmo após a melhora dos sintomas. Por isso, os profissionais de escolas de Educação Infantil precisam reforçar a atenção nas rotinas de troca de fraldas.
As principais medidas de controle são o afastamento dos sintomáticos até a resolução dos sintomas e a intensificação das ações de higiene. Deve ser feita a limpeza das mãos, do ambiente e de superfícies, com especial enfoque em objetos compartilhados, como brinquedos, nos casos das creches.
Conforme especialistas, a doença é frequente no outono e costuma se propagar, principalmente, em creches e escolas. Assim que os sintomas forem detectados, um médico deverá ser consultado.
Sinais e sintomas
- Febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões
- Aparecimento na boca, amígdalas e faringe de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas no centro, que podem evoluir para ulcerações dolorosas e ocasionar dificuldade para engolir e muita salivação
- Erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que podem ocorrer também nas nádegas e na região genital
- Mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia