A Associação Hospitalar Vila Nova adquiriu a estrutura do antigo prédio do Parque Belém, local no qual pretende abrir um novo hospital, chamado Sinos de Belém. O negócio ocorreu por meio de um leilão que arrecadou R$ 17,6 milhões. O valor obtido na venda da antiga instituição de saúde será destinado, de forma proporcional, para 243 ex-funcionários que foram demitidos pela instituição, fechada em 2017, para sanar dívidas trabalhistas. O montante, no entanto, é o insuficiente.
O leilão que culminou na venda foi organizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4). A iniciativa, conhecida como juízo auxiliar de execução, prevê o ressarcimento de todos os trabalhadores que acionaram a justiça e venceram o processo. Os funcionários foram desligados ao longo dos anos. Em meio à demanda dos trabalhadores, os antigos proprietários alegaram não ter dinheiro para pagar a indenização.
— Essa medida é praticada quando existe uma empresa que possui uma dívida muito elevada e processos contra ela. Nesses casos, o tribunal concentra todas essas dívidas para facilitar o cumprimento das ações — explica o coordenador do Juízo Auxiliar de Execução do TRT4, juiz Carlos Busatto.
Os valores serão distribuídos aos funcionários de forma proporcional ao que deve ser ressarcido por cada um. No entanto, o montante não é o suficiente para quitar as dívidas com os funcionários, avaliadas em R$ 30 milhões.
Para seguir buscando o cumprimento das ações, aos funcionários TRT4 buscam agora leiloar os demais terrenos pertencentes aos proprietários do hospital, localizados no entorno do prédio. A expectativa é que todos sejam remunerados ao final do processo.
— A gente acha que, com a venda de todas as propriedades, o valor será suficiente para pagar todos os funcionários — conclui Busato.
A expectativa da Associação Hospitalar Vila Nova, é de que o hospital comece a operar em 30 dias, com a oferta de 150 leitos. O objetivo da entidade é que haja atendimentos para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, é necessária a contratação de leitos por parte do poder público municipal, estadual ou federal. O secretário municipal da Saúde de Porto Alegre, Mauro Sparta, afirmou não ter orçamento para a contratação.