A quantidade de hospitalizações por covid-19 no Rio Grande do Sul se estabilizou e começa a apresentar uma leve queda. A constatação é da Secretaria Estadual de Saúde (SES) que, apesar de identificar uma curva decrescente, reforça que a alta de casos iniciada em novembro do ano passado ainda não passou.
Nos últimos 30 dias, o número de internações em leitos clínicos chegou ao seu maior patamar em 23 de dezembro, com 658 pacientes. Nesta quarta-feira (11), são 439, uma redução de 33%. Já com relação aos internados em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) isto é, os casos mais graves, o decréscimo é menor, de 10% - a ocupação saiu de 146 leitos em 6 de janeiro (pico nos últimos 30 dias) para 130 nesta quarta-feira.
De acordo com o diretor-adjunto do Centro Estadual de Vigilância Sanitária (Cevs), Marcelo Vallandro, é necessário aguardar o transcorrer das próximas semanas para garantir que a tendência de queda se manterá. Ele lembra que os dados são influenciados por questões burocráticas, como velocidade de notificações por parte dos hospitais e até mesmo erros de digitação na hora do preenchimento dos dados, situação que precisa de correção posterior.
— Nós tivemos um aumento do número de casos no período de novembro e dezembro. Tínhamos a expectativa de que isso não fosse a patamares muito altos, como não tem sido, realmente. O cenário que temos, com a população mais vacinada, faz com que os casos de covid não impactem com maior gravidade — explica Vallandro.
Tendência de redução também passa por vacinação e cuidados pessoais
Outro aspecto que segue em análise por parte da SES é o índice de casos positivos. Vallandro conta que, nos últimos meses, a porcentagem de testados que confirmaram a doença chegou a ultrapassar 40%. Porém, na última semana, o índice caiu para 18%.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, porém, é indicado ter a mesma cautela na análise dos dados e aguardar antes de comemorar. A SES reforçará a distribuição de exames na semana que vem, o que aumentará a disponibilidade e, por consequência, pode elevar a quantidade de positivos por conta da testagem maior. Além disso, vem aí o período de Carnaval, caracterizado pelas aglomerações.
— As pessoas têm que estar com o seu esquema vacinal em dia. É preciso que elas procurem a terceira dose e a quarta dose. A gente tem visto que os casos mais graves ou até aqueles que vêm a óbito são aqueles que não tem o esquema vacinal completo. E, obviamente, é necessário ter condutas adequadas no convívio. Pessoas com sintomas gripais devem se resguardar, buscar o isolamento, manter cuidados de higiene e, no caso de sintomatologias respiratórios, usar máscara — recomenda o diretor-adjunto do Centro Estadual de Vigilância Sanitária.
A variante XBB.1.5 do coronavírus, conhecida como Kraken, ainda não gerou nenhum impacto nas internações no RS, já que o Estado não teve nenhum registro da cepa até o momento. O Brasil teve o primeiro caso identificado no Brasil em 5 de janeiro, em São Paulo.