A linda manhã de domingo, com temperatura amena e sol radiante, serviu de cenário perfeito para a 2ª Caminhada dos Transplantados, promovida pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Mais de 500 pessoas participaram do evento, entre profissionais da saúde, transplantados e seus familiares. O objetivo é conscientizar a população.
- Queremos mostrar que o transplante recoloca a pessoa para uma vida saudável e que trazer o tema da doação de órgãos ao cotidiano ajuda a salvar vidas - resume a diretora-presidente do HCPA, professora Nadine Clausell.
A concentração começou às 9h, no Parque da Redenção, ao lado do Monumento do Expedicionário. A caminhada teve início meia hora depois e consistiu num trajeto de cerca de 1,5 km, em torno do parque e pelas adjacências do bairro Bom Fim. O HCPA é uma das instituições públicas com mais tradição, no Brasil, na realização de todos os tipos de transplantes, adultos e pediátricos. Ali são feitos transplantes de córneas, de coração, de fígado, de medula óssea, de pulmão e de rins. Transplantados de todas essas áreas participaram do evento, além de pessoas que estão em fila de espera para a cirurgia.
Uma das que estava na caminhada é Márcia Dexheimer, de Novo Hamburgo. Em agosto de 2013, após espera de um ano, foi transplantada de fígado, no Clínicas. A recuperação demorou um pouco, para que os rins se normalizassem.
- Agora minha vida é normal, até esqueço que tenho outro fígado. Só estou viva por causa do transplante. Doar órgãos é doar vida - resume a transplantada.
Outro que participou do encontro é Adilson Carvalho Matos, que recebeu um novo coração aos 50 anos de idade.
- Eu tinha uma vida normal, até começar a cansar muito, por qualquer coisa. Consegui fazer um transplante de coração, graças ao Hospital de Clínicas. Só tenho a agradecer. E peço: doem órgãos.
A médica Nadine Clausell salienta que, para que um transplante aconteça, não basta a competência profissional ou as mais modernas estruturas e equipamentos: é indispensável que existam doadores. Em cerca de 40 % dos casos as famílias negam a doação, por isso é fundamental fomentar o diálogo sobre o tema, informa a médica.
O evento promovido pelo hospital contou com apoio da Unimed, Fundmed, Asmed, Liga dos Transplantes de Órgãos (Litros), ViaVida, Panvel, Sociedade Brasileira de Córneas e SemexerTX.