O Rio Grande do Sul ultrapassou a marca de 300 municípios que atingiram a meta para a vacinação contra a poliomielite neste ano. Segundo balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta segunda-feira (24), 321 cidades já vacinaram pelo menos 95% das crianças de até quatro anos, marca estabelecida pelo Ministério da Saúde. O índice representa cerca de 64%, ou seja, seis a cada 10 prefeituras.
Ainda segundo o levantamento, até agora 420.679 crianças gaúchas já foram contempladas em 2022, o que corresponde a 76% do público-alvo. As de até um ano de idade são maioria, com 79,8%. Já a faixa etária de até dois anos tem menor presença nos postos, 71,3%. O público com até três anos apresenta índice de 75%, e de quatro anos, 78,1%.
A campanha contra a pólio terminou no último sábado (22), mas o serviço segue disponível nas unidades básicas de saúde. O esquema vacinal inclui doses injetáveis e em gotinhas:
- A partir de dois meses – primeira dose (injetável)
- A partir de quatro meses – segunda dose (injetável)
- A partir de seis meses – terceira dose (injetável)
- A partir 15 meses – primeiro reforço (gotinha)
- Quatro anos (cinco anos incompletos) – segundo reforço (gotinha)
Erradicada no Brasil em 1994, a poliomielite é altamente contagiosa. A baixa adesão registrada nos últimos anos preocupa autoridades, que alertam para um possível retorno da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, a pólio apresenta como sintomas mais frequentes febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves instala-se a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores. Para tratar o paciente infectado, não existe uma solução específica.
Entretanto, os pais devem atentar para as sequelas da doença, que podem se tornar permanentes: com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, as crianças podem ficar com pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão; crescimento diferente das pernas; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta; dificuldade de falar e atrofia muscular.