O médico infectologista e professor universitário Cláudio Marcel Berdun Stadnik, 51 anos, faleceu na quarta-feira (28), em decorrência de problemas cardíacos. O velório foi nesta quinta-feira (29), no Cemitério da Santa Casa, em Porto Alegre.
Nascido no Uruguai, em janeiro de 1971, Stadnik se mudou ainda jovem, com sete anos, com a família para Porto Alegre. Ele se formou em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) em 1993.
— Eu tive a honra de entregar o diploma para ele, quando tinha cinco anos —, conta a filha Marjorie Stadnik. Ele entrou na faculdade aos 16 anos e, quando tinha 17 e ainda era o mais novo da turma de Medicina, Marjorie nasceu. Depois, aos 24, quando já estava mais estabelecido, teve a segunda filha, Raissa.
Cláudio Stadnik recebeu o título de especialista com residência médica em Clínica Médica pela PUCRS, se tornou mestre em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2011 e concluiu o doutorado em Patologia na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA).
Desde o início da pandemia de covid-19, Stadnik foi referência nacional no trabalho de pesquisa e prevenção contra a nova doença, estava sempre atualizado nos estudos da área e, constantemente, era fonte para matérias de GZH sobre o assunto. Como fonte e profissional, era sempre solícito, didático e divertido.
Foi presidente da Associação Gaúcha dos Profissionais em Controle de Infecção Hospitalar (AGIH), de 2003 a 2005, era professor da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) há 14 anos, lecionando na área de Infectologia. A filha, Marjorie, conta que está cursando Medicina na Ulbra e, neste semestre, estava tendo aulas com o pai. Em sala de aula, não a chamava nem de filha e nem de Marjorie, mas sim de Margot, como ele sempre a tratou. A filha mais nova, Raissa, era chamada de princesa.
Atualmente, era médico do Serviço de Controle de Infecção do Complexo Hospitalar Santa Casa, atuando na área de infecções em transplantes e imunossuprimidos, além de coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da Santa Casa.
Um apaixonado pela medicina, como resume a filha, Stadnik também gostava de aproveitar o tempo livre, quando costumava ler e jogar videogames. Marjorie conta que o pai adorava discutir assuntos como filosofia e ética.
— Ele sabia tudo sobre tudo e adorava aprender e ensinar. Não tinha nada que ele fizesse que não desse a explicação. Ele era curioso para tudo — lembra.
Aos sábados, era de lei reunir a família na casa dos pais. Os pratos dos almoços eram sempre da culinária uruguaia, visto que a família era de lá. Além disso, Marjorie conta que nhoque era dos pratos comuns nos almoços na casa dos avós paternos.
Stadnik deixa os pais, duas filhas, Marjorie e Raissa, e dois filhos de coração, Bernardo e Rafaela, enteados de relacionamentos antigos com quem Cláudio ainda mantinha contato e por quem tinha muito carinho.