O uso da telemedicina para auxiliar no atendimento a crianças nos leitos de terapia intensiva de 50 hospitais gaúchos passará por testes na próxima semana antes de ser oficialmente implementado. A medida transformará 100 leitos de emergência — dois em cada hospital — em vagas de tratamento intensivo pediátrico em instituições de médio e grande porte que não possuem esse serviço.
A ideia da Secretaria Estadual de Saúde (SES) é que estes locais passem a oferecer atendimento para crianças em estado grave, mesmo sem profissionais especializados. Uma equipe de intensivistas pediátricos, que ficará baseada em Porto Alegre, ficará disponível 24 horas por dia para auxiliar a distância as equipes médicas que estarão em ação.
Segundo o diretor de Regulação da SES, Eduardo Elsade, a prática já é utilizada durante procedimentos em ambulâncias.
— Pensamos que quanto menos invenção a gente fizesse mais fácil e mais rápido de implementar seria. Então nós transportamos o modelo já vigente de telemedicina das ambulâncias do Samu estadual (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Trata-se de um sistema muito eficiente e moderno de atendimento que o Rio Grande do Sul desenvolveu ao longo do tempo — explica.
A exemplo do que é feito com o Samu, serão distribuídos celulares e tablets para os hospitais. Cada um receberá dois dispositivos, um por leito. Segundo Elsade, os equipamentos começarão a ser entregues entre sábado (11) e terça-feira (14). Já na quarta-feira (15), a expectativa é iniciar o período de testes, que deve durar cerca de cinco dias, para que no próximo dia 20, o sistema comece a ser executado definitivamente.
— O período para implementarmos o "piloto" servirá para, entre outras coisas, treinar a verificação das transmissões. Se der tudo certo, começamos a operar verdadeiramente 24 horas na segunda-feira da semana seguinte — projeta Elsade.
A equipe de médicos que fará o atendimento online ainda está sendo contratada e deve contar com oito a nove profissionais. A SES garante que todos estarão aptos a trabalhar até o início das testagens.
Para desafogar UTI´s
A iniciativa busca aliviar a situação das UTI´s pediátricas gaúchas, que, durante os últimos meses, têm registrado superlotação, e evitar que o cenário se agrave durante o inverno. O período é considerado o de maior risco para contrair doenças respiratórias, como por exemplo a covid-19.
Na manhã desta quinta-feira (9) havia 17 crianças aguardando vaga em um leito pediátrico. Ainda conforme a SES, nenhuma delas se encontrava em estado grave.