Antes do inverno. Essa é a previsão da Secretaria Estadual da Saúde (SES) para o reforço nos atendimentos pediátricos por telemedicina no Rio Grande do Sul. De acordo com o diretor de Regulação da SES, Eduardo Elsade, 100 leitos de emergência serão transformados em vagas de tratamento intensivo a partir do dia 15 de junho. Ao todo, 50 hospitais do interior do Estado serão contemplados com a modalidade. Para isso, câmeras serão instaladas a partir da próxima semana.
— Já temos o mapeamento das emergências que vão receber os equipamentos. São hospitais de médio a grande porte que recebem incentivos federais e estaduais para dar atendimento adequado a crianças que chegam em situação crítica — relata.
Elsade explica que uma equipe de pediatras intensivistas está em processo de contratação pela SES para monitorar os casos por telemedicina. Essa equipe terá como base Porto Alegre e acompanhará os atendimentos realizados nos hospitais do interior por videoconferência:
— Elaboramos um programa de telemedicina utilizando leitos equipados nas emergências dos hospitais do Estado que não possuem vagas de UTI. São leitos de sala vermelha, equipados com respirador, monitor, bomba de infusão, equipes, pediatras. E, a partir da semana que vem, vamos começar a instalação de equipamentos para videoconferência. Enquanto isso, o Estado vai contratar uma equipe de intensivistas para orientar e acompanhar o atendimento. Essa equipe ficará 24 horas por dia, durante todo o inverno, para orientar o tratamento dessas crianças.
Serão oito ou nove pediatras intensivistas que ficarão responsáveis por garantir o acompanhamento por telemedicina.
— Profissionais de alto calibre, que estão acostumados a trabalhar em UTIs de grandes hospitais da Capital — garante Elsade.
Na segunda-feira (30), 24 crianças aguardavam por leitos de UTI no Estado. De acordo com Elsade, essa proposta de alterar o status dos leitos ofertados nas emergências surgiu após os serviços de saúde registrarem um aumento na demanda por atendimento pediátrico.
— Com a pandemia, o pico sazonal que a gente tem no Rio Grande do Sul, tradicionalmente no inverno, começou mais cedo, em abril. Começamos a preparar um plano de contingência estadual, que estamos na fase três. Mas estamos com quase todos os leitos de UTI ocupados e temos lista de espera, que estão manejados em emergências. Por isso criamos esse programa de telemedicina. Se a demanda já está alta agora, não podemos ser surpreendidos no inverno com falta de leitos — pondera.