Com a elevação do consumo de antibióticos nos últimos três meses em todo o país, farmácias do Rio Grande do Sul registram a falta desse tipo medicamento. Alguns estabelecimentos têm determinadas dosagens, mas não todas as apresentações.
Uma das ausências mais sentidas é a Amoxicilina, um dos antibióticos mais comuns e receitados pelos médicos para infecções bacterianas. Em Palmeira das Missões, onde leitor relatou não ter encontrado, pelo menos uma farmácia confirmou à reportagem não ter todas as apresentações. Na Capital, uma rede de farmácias relatou a falta de dosagens de 250 mg, para uso infantil.
O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) informou que algumas indústrias farmacêuticas fabricantes registraram aumento atípico de demanda por determinados antibióticos já no primeiro trimestre, desorganizando a cadeia de fornecimento ao varejo. Apesar dessa circunstância, segundo a entidade, a oferta é regular, incluindo a da Amoxicilina.
O Sindusfarma apurou que as vendas de amoxicilina em solução oral, de uso infantil, da indústria farmacêutica para as farmácias, cresceram 150% no acumulado de janeiro e fevereiro de 2022, na comparação com 2018. Na apresentação em comprimidos e cápsulas, as vendas de amoxicilina aumentaram 195% em igual período.
Já a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que representa cerca de 10% dos estabelecimentos do país, informou que não pode confirmar o problema. Porém, enviou uma manifestação do CEO da entidade Sérgio Mena Barreto. Ele destaca que quase 95% dos medicamentos no país dependem de matérias-primas originárias principalmente da China, que teve as exportações afetadas em razão do lockdown para conter a nova onda de casos de covid.
— Além da maior dificuldade para a chegada de insumos ao país, tivemos uma espécie de efeito dominó, pois outros produtos que estavam faltando exigiram mais dedicação da indústria, acarretando a redução na fabricação de outros produtos — disse.