A Procuradoria-Geral de Canoas ajuizou uma ação civil pública e pedido de liminar para afastar imediatamente os dirigentes da Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam) da administração do Hospital Universitário (HU). Na mesma ação, solicita que o Poder Público indique uma comissão de intervenção da própria prefeitura para assumir a gestão temporária da instituição hospitalar até que um novo processo licitatório seja elaborado. A Funam, que é a entidade responsável pela administração do hospital (que pertence à prefeitura), assumiu em 27 de janeiro deste ano e tem contrato vinculado de seis meses.
A prefeitura de Canoas publicou nota oficial, nesta sexta-feira (27), explicando a decisão. Trecho da nota afirma que "a medida, enérgica e excepcional, fez-se necessária diante dos reiterados descumprimentos contratuais por parte da Funam em relação à prestação de serviços de saúde no HU. Dentre eles, estão precariedade de atendimentos nas áreas pediátricas, gerenciamento de leitos, cronograma de cirurgias, pagamentos de fornecedores e de prestadores de serviços e obrigações trabalhistas".
O Hospital Universitário tem sido alvo de denúncias de falta de medicamentos, insumos e equipamentos estragados. Há relatos de mães tendo de comprar insumos com recursos próprios para manter o tratamento dos filhos internados na pediatria. Médicos também compraram medicamentos e materiais para ajudar os internados. Salários atrasados de médicos, enfermeiros e funcionários são constantes no hospital. Até pano de chão e papel-toalha estiveram em falta nos últimos dias.
A prefeitura de Canoas informou que não irá se manifestar, além da nota oficial, sobre a ação e liminar. Por sua vez, a Funam não respondeu, até este momento, aos questionamentos da reportagem sobre o rompimento.
Contratação de pediatras
O Diário Oficial de Canoas de quinta-feira (26) publicou um termo de referência com pedido de orçamento para a contratação de médicos pediatras para trabalharem nos plantões da Unidade de Emergência Pediátrica do HU. Conforme relatos recentes à reportagem de GZH, muitos profissionais se demitiram da instituição em função dos constantes atrasos salariais.