Episódios de turmas sem aula, com carga horária reduzida e mesmo escolas fechadas devido à covid-19 têm sido registrados no Rio Grande do Sul nos últimos dias. A situação ocorre no momento em que municípios do Estado voltam a cobrar o uso de máscaras no ambiente escolar e o governo estadual emitiu avisos devido ao aumento de casos da doença no Estado em maio.
Autoridades da área da saúde e educação ouvidas pela reportagem tratam os registros como pontuais e não discutem mudanças nos protocolos de combate à covid-19 no ambiente escolar no momento.
A Secretária Municipal de Educação (Smed) de Porto Alegre informou que três escolas da Capital tiveram atividades suspensas ou carga horária reduzida devido a infecções. Não foram registrados fechamentos de escolas até o momento, de acordo com a pasta. Questionada sobre o fato, a prefeitura de Porto Alegre diz monitorar diariamente o cenário epidemiológico da covid-19, mas que não há mudanças no enfrentamento da doença no momento. O executivo municipal diz ter registrado queda nos casos das internações e óbitos relacionados à covid-19.
Baseada nesses dados, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre informa que não há mudanças previstas, até o momento, nos critérios para o uso de máscaras na Capital, seja nas instituições de ensino ou outros lugares, e que, assim, segue o decreto estadual que torna facultativo o uso do equipamento em ambientes fechados.
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que, na última sexta-feira (20), uma escola estava fechada devido a um surto da doença. A Seduc também informou que segue as orientações da Secretaria Estadual da Saúde (SES) sobre o uso máscara facultativo de máscaras em ambientes fechados. No entanto, a pasta recomenda que crianças dos seis aos 12 anos utilizem o equipamento de proteção nas instituições de ensino.
Neste mês, escolas de Guaíba e Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, chegaram a fechar por conta de casos de covi-19; oito turmas foram dispensadas em Gravataí pelo mesmo motivo. Na última semana, os municípios de Canoas, Guaíba, Capão da Canoa, Jóia e Dom Pedro de Alcântara voltaram a cobrar o uso de máscaras no ambiente escolar. Decisão semelhante foi tomada por São Leopoldo nesta segunda-feira (23).
Escolas particulares reforçam cuidados
O Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe-RS) informou à reportagem que não ocorreram surtos ou fechamentos de escolas na rede privada do Estado até o momento. O Sinepe reconhece que foram identificados "pequenos focos isolados", mas que "não justifica o retorno de medidas restritivas, uma vez que professores, funcionários e alunos já foram vacinados".
Há, também, o reforço de que as instituições privadas de ensino estão atentas e tomam as medidas preventivas de combate à covid-19. Por fim, o Sinepe diz entender que é da família a decisão sobre o uso ou não de máscaras, mas que, em caso de retorno obrigatoriedade do equipamento, as escolas particulares serão orientadas a seguir a legislação.
O Colégio Farroupilha, da Capital, assegura ter tomado medidas para preservar a saúde e a segurança da comunidade escolar e que segue as orientações técnicas dos profissionais da Consultoria do Hospital Moinhos de Vento e das determinações dos órgãos públicos competentes. O colégio informou que, na primeira quinzena do mês de maio, foi observado crescimento no número de casos positivos, mas com queda nas notificações na última semana, entre os dias 14 e 20.
Por meio de nota, o Colégio Anchieta, de Porto Alegre, destacou a importância dos cuidados básicos, como a higienização, uso da máscara e evitar a aglomeração. "Em nossa prática, cada vez que temos um caso, além de um comunicado oficial para a turma do estudante, mantemos o contato com a família. Ele é feito pelo setor de saúde do Colégio, para dar orientações que, entre elas, incluem a realização do teste de covid-19 pela família", diz o material.
A escola também diz manter cuidados: disponibilização do álcool em gel, locais ventilados, e recomendação do uso de máscaras aos colaboradores e dependências da escola sinalizadas com orientações sobre o distanciamento.
A Rede Marista informou que se baseia na nota informativa 38 da Secretaria Estadual de Saúde e informa a situação dos casos positivos aos órgãos competentes. Além disso, diz seguir todos os protocolos determinados pelo poder público e pelo Serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, que orienta a instituição desde o início da pandemia.
A rede afirma reforçar o trabalho para evitar aglomerações e que orienta estudantes, educandos, professores e familiares que não compareçam presencialmente em caso de sintomas e para que não compartilhem objetos de uso individual. Há, ainda, a orientação para o uso de máscaras no interior das escolas.