O Rio Grande do Sul vai receber 33 dos 529 profissionais convocados para a primeira etapa do programa Médicos pelo Brasil, do governo federal. O número corresponde a 6,2% do total chamado quase três anos após o lançamento da iniciativa que substituiu o Mais Médicos, em 2019.
A Bahia será o Estado com mais profissionais, com 68 médicos enviados, seguido pelo Ceará, com 59. O Rio Grande do Sul é o sexto que mais vai receber reforços.
Conforme o Ministério da Saúde, os profissionais já podem começar a atuar imediatamente, e cabe à Secretaria Estadual de Saúde (SES-RS) definir quais serão os municípios contemplados. Em contato com a reportagem de GZH nesta terça-feira (19), a SES-RS afirmou que "o Estado ainda não foi comunicado pelo Ministério" e que, "assim que receber a informação, encaminhará o processo".
Os primeiros médicos assinaram o contrato de trabalho na segunda-feira, em Brasília. Eles serão direcionados para quase duas mil cidades brasileiras para reforço na Atenção Primária pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A contratação ocorre na modalidade CLT, com benefícios adicionais para atuação nas áreas mais distantes e com remunerações que podem chegar a R$ 24 mil. Se o médico for para os distritos indígenas, ainda poderá receber R$ 6 mil a mais como incentivo.
Com investimento de mais de R$ 783 milhões, o programa conta com mais de 4,6 mil vagas. Ao longo deste mês, serão convocados cerca de 1,7 mil médicos. De acordo com o Ministério da Saúde, o restante dos profissionais será acionado durante a vigência do edital, sendo a maioria ao longo deste ano.
O critério para convocação é a necessidade local, com prioridade para municípios que têm mais dificuldades de contratação, conforme o que é apontado pelo Ministério da Saúde e as prefeituras.
O primeiro processo seletivo do Médicos pelo Brasil teve 8.518 candidatos aprovados entre 16.357 inscritos. Os primeiros profissionais estão sendo convocados quase três anos após o lançamento da iniciativa, que ocorreu em 1º de agosto de 2019.
O programa prevê a entrada de doutores estrangeiros ou brasileiros formados no exterior, após realização do exame Revalida, que legaliza o diploma no país. A ideia é substituir gradativamente o Mais Médicos, criado em 2013, na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). A participação de profissionais cubanos, uma tônica do projeto, foi duramente criticada por Jair Bolsonaro na campanha de 2018.