Fevereiro de 2022 chegou ao fim, no Rio Grande do Sul, batendo a marca de mês recordista no número de casos de covid-19 confirmados. Ao longo dos 28 dias do mês, foram registrados 330.915 casos de covid-19 no Estado.
Até então, janeiro havia sido o mês com maior número de casos no Estado, com 324.020 infecções inseridas no sistema. Os números de casos deste bimestre refletem a contaminação sem precedentes desde a chegada da Ômicron em solo gaúcho, no fim do ano passado.
Apesar de os dois primeiros meses de 2022 serem recordistas de casos, ambos estão longe de serem recordistas de mortes. Em fevereiro, foram 1,4 mil mortes por covid-19 inseridas no sistema no Rio Grande do Sul. Assim, o mês recordista de casos é o 10º mês em número de mortes.
O mês com maior número de mortes por covid no Estado, até o momento, é março de 2021. Naquele mês, marcado por colapso na rede hospitalar, foram 7.330 óbitos pela doença. Na esteira da crise sanitária que atingiu o Estado no início de 2021, abril ocupa o segundo lugar em mortes: 5.214.
Ao longo das últimas semanas, especialistas consultados por GZH têm apontado que o fato de o Estado registrar recorde de casos sem, contudo, registrar recorde de mortes se deve aos efeitos positivos da vacinação. A vacina é a principal responsável por reduzir as chances de as pessoas desenvolverem formas graves da doença, apontam os estudiosos. Há indicativos, também, de que a Ômicron seja menos agressiva do que as variantes anteriores do coronavírus.
— Conseguiu-se demonstrar que a Ômicron causa menos agressão. Porém, o efeito da vacina é inequívoco. Então, temos dois fatores explicando isso — avaliou o médico infectologista do Hospital de Clínicas, Alexandre Zavascki.
O infectologista também destaca que, para os não vacinados, a onda da Ômicron representou o pior momento da pandemia, devido aos recordes de exposição ao vírus.
— Apesar de a Ômicron ser menos grave, os não vacinados sofreram muito mais nesta onda. Se não tivéssemos vacinas, agora já seria um morticínio, realmente, devido à quantidade de pessoas que foi infectada. É uma quantidade exorbitante — acrescentou Zavascki.
Os dados utilizados para esta reportagem, tanto no que diz respeito a casos quanto a mortes, consideram a data de inclusão no sistema. Esse é o dado recomendado por especialistas para análise de datas mais próximas do tempo presente. Como sempre há um atraso de registro, parte dos casos e das mortes de um mês sempre acabam sendo inseridos no mês seguinte.