Após ter mais de 500 casos confirmados de dengue e decretar situação de emergência em razão do surto da doença, o município de Rodeio Bonito, no norte do Estado, organizou um mutirão de combate ao mosquito Aedes-Aegypt neste sábado (19) — que conta com o apoio de toda a comunidade.
Conforme o prefeito Paulo Duarte, são cerca de 80 a 100 voluntários que se reuniram em busca de focos do mosquito. As atividades envolvem a verificação individual de todas as residências entre os 115 quarteirões do município, que possui cerca de 5,8 mil habitantes. Ainda não há um balanço oficial dos números do mutirão deste sábado, mas segundo o prefeito já há relatos de grupos que encontraram focos do mosquito.
— A nossa preocupação é muito grande, e só com a comunidade ajudando é que podemos resolver a situação. Só o Poder Público não tem material humano e nem equipamento para solucionar este momento — reforça Duarte.
Além das casas da área central do município, a prefeitura orientou também a população da Zona Rural para que os próprios moradores de cada região façam um trabalho de prevenção em focos do mosquito. Depois, ao longo da semana, os servidores devem se deslocar a esses locais para realizar a coleta.
Suspeita da origem
Ao mesmo tempo que busca trabalhar no combate à doença, Rodeio Bonito tenta entender a origem do surto de dengue. Entre as possibilidades apontadas, está o fato de a estiagem ter provocado o costume dos moradores de armazenarem água parada em cisternas e/ou manterem as calhas abertas. Porém, outra possível causa também é considerada:
— Nós temos um riacho que cruza a área central da cidade. Com a estiagem, ele secou e gerou muita água parada. Isso pode ter servido para acelerar o processo de reprodução dos mosquitos e o crescimento dos focos.
Além do mutirão, o município já recebeu serviço de dedetização por meio de empresas privadas e terá reforço de maquinário para higienização das principais ruas e áreas de proliferação do mosquito.
Também no norte do Estado, nesta sexta-feira (18), o Rio Grande do Sul teve a confirmação da primeira morte causada por dengue em 2022. A vítima foi uma mulher de 76 anos, moradora de Chapada.
De acordo com a última atualização Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o Estado registra 840 casos da doença, sendo 753 autóctones (contraídos em solo gaúcho). Por outro lado, os registros de apenas três municípios feitos pelas prefeituras e relatados a GZH mostram que o total é bem maior e já chega a 1,4 mil.