O Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg) teve, em janeiro de 2022, uma alta no número de gestantes com diagnóstico de covid-19. Enquanto que em dezembro de 2021 não foi registrado nenhum caso, em janeiro foram 16. Dessas pacientes, seis tomaram duas doses da vacina, cinco receberam apenas a primeira e outras cinco sequer haviam sido imunizadas ainda. Ou seja, todas estavam com o ciclo vacinal incompleto.
As gestantes são testadas para covid no hospital antes de serem internadas. Caso o resultado seja positivo, a paciente é levada para um leito de isolamento. A situação vacinal da grávida também é conferida, e se ela não estiver em dia com a vacina, é encaminhada para uma unidade de saúde para ser imunizada. A Furg ainda informou que a maior parte das gestantes positivadas são assintomáticas, mas não detalhou o estado de saúde de cada uma.
A chefe da Unidade da Saúde da Mulher do HU-Furg, Tânia Fonseca, afirmou que cinco bebês nasceram pré-maturos entre as 16 gestantes. Ela sobserva que as grávidas com covid-19 sintomáticas têm risco duas a três vezes maior dessa condição no bebê. Além disso, o risco de morte da mãe infectada com o coronavírus no pós-parto chega a ser 22 vezes maior.
— O que a gente mais observa é a falta de informação. Muitas delas acreditam que a vacinação pode levar a algum tipo de risco. Nós temos alguns relatos, inclusive, de profissionais da rede básica de saúde que contraindicaram a vacina — explica Tânia.
Os casos envolvendo profissionais já foram repassados para a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Grande, de acordo com a médica. A reportagem de GZH questionou a prefeitura sobre o assunto, que informou estar analisando os relatos.