O Sistema Único de Saúde (SUS) irá contar com novos tipos de testagem para hanseníase em 2022. Um deles, com resultado rápido, será ofertado nos postos de saúde, para auxiliar o diagnóstico clínico feito pelos profissionais de saúde. O anúncio foi feito nesta terça-feira (25) pela pasta em alusão ao Janeiro Roxo, mês destinado a promover a conscientização sobre a doença.
De acordo com a pasta, o governo federal irá investir R$ 3,7 milhões para oferecer as testagens na rede pública. Até o final de 2022, 10 estados terão à disposição dois exames de biologia molecular (chamados de GenoType LepraeDR e NAT Hans) nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) – o Rio Grande do Sul não está nessa lista preliminar por ter um cenário epidemiológico baixo. A promessa é que todas as unidades da federação recebam os novos testes até o fim de 2023.
Nas unidades de saúde, será disponibilizado o teste rápido Bioclin Fast MK Flow, desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Os três novos exames receberam parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), órgão de assessoramento do Ministério da Saúde.
Dados preliminares, divulgados no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, apontam para o registro de 15.155 novos casos de hanseníase em 2021 – 76 foram no Rio Grande do Sul, que ocupa o terceiro lugar no ranking de Estados com os menores registros da doença.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aparecem no último boletim epidemiológico da hanseníase do Ministério da Saúde, foram notificados no Brasil 17.979 novos casos de hanseníase em 2020, o que levou o país ao segundo lugar entre as nações com maior número de casos da doença no mundo, ficando atrás apenas da Índia.
Em 2020, o Rio Grande do Sul e Porto Alegre foram o Estado e a capital que registraram os menores índices de casos diagnosticados de hanseníase em todo o Brasil.
Sobre a hanseníase
A doença é causada por uma bactéria (Mycobacterium leprae), e acomete principalmente os nervos periféricos e a pele, podendo causar incapacidades físicas nas mãos, pés e olhos. A hanseníase tem cura e tratamento, mas é considerada endêmica em algumas localidades, como no Brasil e na Índia.
Os principais sintomas são dormência, formigamento, diminuição de força nas mãos, pés e pálpebras, e manchas brancas ou avermelhadas com diminuição ou perda da sensação de calor, de dor ou do tato.