A vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, deu um prazo de cinco dias para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos da pasta, Hélio Angotti Neto, deem explicações sobre a nota técnica que colocou a hidroxicloroquina à frente da vacinação no controle da pandemia de covid-19.
Assinado por Angotti, o documento, divulgado no fim de semana, continha uma tabela que dizia que a hidroxicloroquina era eficaz para a doença e as vacinas, não. O posicionamento contraria a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a comunidade científica mundial e gerou reação de entidades médicas brasileiras.
Além disso, o partido Rede Sustentabilidade entrou com uma ação no Supremo questionando o teor da nota técnica e solicitou o afastamento do secretário da pasta, o que motivou o pedido de informações por parte da ministra despachado nesta quarta-feira (26).
Após a polêmica, o Ministério da Saúde publicou uma nova nota técnica, também nesta quarta, retirando a tabela que comparava os dois métodos para controle do coronavírus. O objetivo, segundo a própria pasta, foi “promover maior clareza no conteúdo e evitar interpretações equivocadas, como a de que a decisão critica o uso das vacinas covid-19”.
O novo texto, porém, segue rejeitando os protocolos aprovados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec), que contraindicam o uso de medicamentos como a hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com coronavírus.
A vacinação contra o coronavírus é reconhecida internacionalmente como a forma mais segura de prevenção à doença. Medicamentos do chamado tratamento precoce, como a hidroxicloroquina, não são reconhecidos pela OMS e não são aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratamento da covid.