A Polícia Federal começou a investigar as ameaças recentes a servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os ataques se intensificaram depois que o órgão deu aval para a imunização de crianças a partir de cinco anos com a vacina da Pfizer.
A própria agência denunciou a escalada de ameaças e pediu proteção policial para os técnicos e seus familiares. Ofícios foram disparados ao Ministério da Justiça, Gabinete de Segurança Institucional, Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal.
Na segunda-feira (20), o procurador-geral da República, Augusto Aras, também disse que adotou providências para atender o pedido. A informação consta em documento enviado ao presidente da agência, Antonio Barra Torres.
A Anvisa vem sendo atacada desde o início da pandemia por causa das medidas sugeridas para o enfrentamento da crise sanitária. Os ataques recentes vieram na esteira da reação do presidente Jair Bolsonaro ao sinal verde para a vacinação de crianças — ele disse que divulgaria os nomes dos responsáveis pela aprovação da imunização infantil contra a covid.
Após a declaração do presidente, a Anvisa disse "repudiar com veemência" ameaças a funcionários do corpo técnico do órgão. Ao pedir a responsabilização pelas tentativas de intimidação, a agência disse que os diretores foram "surpreendidos com publicações nas mídias sociais na 'internet' de ameaças, intimidações e ofensas".
"Esses fatos aumentaram a preocupação e o receio dos diretores e servidores quanto à sua integridade física e de suas famílias e geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento", afirma o texto.
A PF já tem um inquérito em curso sobre ameaças de morte recebidas pelos funcionários da agência para que a vacinação contra a covid-19 em crianças não fosse autorizada.