As crianças com asma são hospitalizadas com mais frequência do que as demais quando contraem covid-19, de acordo com um estudo realizado na Escócia. Os casos, entretanto, são pouco frequentes e as mortes extremamente raras.
"As crianças asmáticas correm mais riscos de hospitalização por causa da covid-19 que aquelas que não têm asma", afirma o estudo desenvolvido a partir dos dados obtidos pela saúde pública na Escócia publicados na Lancet Respiratory Medicine.
Os autores estudaram a proporção de internações após uma infecção por coronavírus entre pessoas de cinco a 17 anos e que previamente haviam sido diagnosticadas como asmáticas. Ao comparar os números de internações hospitalares com as de não asmáticos foi constatado que as crianças com dificuldades respiratórias foram hospitalizadas com mais frequência.
A diferença é ainda maior quando se considera os casos mais graves, das crianças com asma que precisaram ser hospitalizadas ou que receberam tratamento médico.
Por este motivo, as crianças asmáticas deveriam ser prioritárias nas campanhas de vacinação contra a covid-19, segundo os autores.
De todas as formas, a hospitalização de crianças por causa da covid é algo raro: apenas 1,5% precisou de internação em um centro médico. As mortes são tão raras que não é possível obter nenhuma conclusão estatística a respeito.
Vacinação em crianças no Brasil
O Brasil ainda não aplica vacina contra a covid-19 em crianças, apenas maiores de 12 anos estão sendo imunizados. Orientação que pode mudar em breve. Espera-se para os próximos dias a posição da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) sobre o pedido da Pfizer para uso emergencial de sua vacina em crianças de cinco a 11 anos.
Na terça-feira (30), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre iniciou o recrutamento de crianças e adolescentes para uma pesquisa sobre a vacina contra a covid-19. Podem participar do estudo crianças a partir dos dois anos de idade até adolescentes com 17 anos, desde que sejam pacientes imunocomprometidos. Isso é, que receberam transplantes ou tenham doenças autoimunes e passem por tratamento. Os voluntários também não podem ter sido infectados pelo coronavírus, nem vacinados contra covid-19.