A Pfizer já começou a trabalhar em uma nova versão de sua vacina contra covid direcionada mais especificamente para a variante Ômicron, em caso de o imunizante atual não ser suficientemente eficaz contra esta cepa, afirmou nesta segunda-feira (29) o diretor-executivo da farmacêutica americana, Albert Bourla.
— Ainda há muitas coisas que não sabemos — sobre a nova variante, detectada no sul da África e considerada "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), disse o executivo em uma entrevista para a rede americana CNBC.
— Saberemos o essencial do que precisamos saber em poucas semanas — acrescentou.
A empresa vai realizar testes para avaliar a eficácia da vacina atual, desenvolvida com a BioNTech, contra a Ômicron.
— Se proteger menos e acharmos que há uma necessidade de criar uma nova vacina, já começamos a trabalhar desde sexta-feira (26). Fizemos nosso primeiro modelo de DNA, que é a primeira etapa do desenvolvimento de uma nova vacina — explicou.
A Pfizer já criou duas novas versões de sua vacina em menos de cem dias, contra as variantes Delta e Beta, que acabaram não sendo usadas.
— Em 95 dias, teremos a nova vacina contra a Ômicron — disse Bourla.
O laboratório Moderna, que também produz uma vacina contra a covid, anunciou na sexta-feira sua intenção de desenvolver uma dose de reforço específica para a Ômicron.
O diretor da Pfizer afirmou, porém, que ainda confia na vacina que é distribuída atualmente, indicando que a farmacêutica usou "uma boa dosagem desde o início".
A pílula contra covid desenvolvida pela Pfizer para tratar a doença, que apresentou uma eficácia de 89% contra hospitalizações e mortes em ensaios clínicos, foi também "desenvolvida com a ideia" de que haveria mutações do vírus, afirmou Bourla.
— Tenho confiança na capacidade (da pílula) de funcionar com todas as mutações, incluindo a Ômicron — enfatizou.