Em coletiva no início da noite desta sexta-feira (8), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o governo brasileiro está em tratativas avançadas para aquisição de novas doses de vacinas contra a covid-19. A meta, segundo o ministro, é disponibilizar mais de 350 milhões de doses em 2022.
Segundo o ministro, a vacinação será por faixa etária e não mais por grupos de risco porque há doses suficientes para toda a população, ao contrário do início da vacinação - quando havia um número menor de doses disponíveis. De acordo com Queiroga, serão adquiridas 100 milhões de doses de Pfizer, com possibilidade de ampliar em mais 50 milhões, e 12o milhões de doses de Astrazeneca, com possibilidade de ampliação para mais 60 milhões. O investimento é de R$ 11 bilhões. Há, ainda, outras 134 milhões de doses que são saldo dos contratos deste ano.
A escolha das duas vacinas se deve ao fato de ambas terem registro definitivo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também foi considerado o custo-efetividade dos imunizantes de tecnologia recombinante e RNA mensageiro e por já estarem integradas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz , a meta é finalizar a vacinação de todos o brasileiros até o final deste ano, incluindo os selecionados para a dose de reforço. Até agora, 250 milhões de doses foram aplicadas, sendo quase 100 milhões de segunda dose.
Ele ressaltou que ainda há dúvidas e perguntas a serem respondidas para planejar a nova campanha, como o público-alvo da vacinação, quais imunizantes usar e em quanto tempo desde a dose aplicada em 2021. Apesar disso, Cruz ressaltou que o governo já tem previsto um planejamento básico. Não há ainda, por exemplo, definição sobre os adolescentes.
De acordo com o Ministério da Saúde, 93,2% do público-alvo recebeu a primeira dose e 61% está com a vacinação completa.
O Ministério afirma, ainda, que, com o o fim da pandemia de covid-19, esperado para 2022, imunizantes que possuem apenas autorização de uso emergencial não poderão ser usados fora do ambiente pandêmico. É o caso da Janssen e da Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, que na Anvisa segue como indicada para "uso emergencial". O ministro afirmou que uma das possibilidades é repassar para outros países as sobras das vacinas que não obtiverem o registro definitivo. Ele ainda ressaltou acreditar que ambas, mais à frente, receberão a liberação definitiva no Brasil.
Como será a vacinação em 2022
- Uma dose de reforço para pessoas de 18 a 60 anos.
- Duas doses para pessoas com mais de 60 anos e imunossuprimidos.
- Vacinação por faixa etária decrescente, e não por grupo de risco.
- Vacinação seis meses após a imunização completa em 2021 ou dose de reforço.
- Duas doses para novos públicos, se houver ampliação (crianças e adolescentes).
- Vacinação heteróloga: vacinado recebe imunizante diferente do aplicado no ano anterior.
- Ao todo, devem ser necessárias 340 milhões de doses.
- Utilização apenas de vacinas com registro definitivo pela Anvisa, o que exclui atualmente a CoronaVac e Janssen.