O Ministério da Saúde afirmou que não usará a vacina CoronaVac na campanha de imunização contra a covid-19 em 2022. Para justificar a decisão, a pasta deu dois argumentos. O primeiro deles é que o imunizante, produzido no Brasil pelo Instituto Butantan, é pouco eficaz em idosos e, o segundo, porque o status de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) segue como "uso emergencial".
Segundo o G1, o comunicado do Ministério da Saúde é uma resposta à CPI da Covid, que levantou a questão na última terça-feira (5). Danilo de Souza Vasconcelos, diretor de Programa da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, e Rosana Leite de Melo, secretária do mesmo setor, enviaram o motivo à Comissão:
"A razão sobre a possível descontinuidade da vacina CoronaVac no ano de 2022 está diretamente relacionada com condição de sua avaliação pela Anvisa", informam.
"Até o presente momento a autorização (da CoronaVac) é temporária de uso emergencial, que foi concedida para minimizar, da forma mais rápida possível, os impactos da doença no território nacional."
Apenas as vacinas Pfizer e AstraZeneca receberam o registro definitivo da agência reguladora até o momento. O imunizante produzido pelo Butantan obteve, no inicio do ano, o registro para uso emergencial da Anvisa, e também pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Para enfatizar a decisão da pasta, o secretários usaram dados já divulgados sobre o imunizante:
"Além do fato de estudos demonstrarem a baixa efetividade do imunizante em população acima de 80 anos; discussões na Câmara Técnica que não indicaram tal imunizante como dose de Reforço ou Adicional — conforme NT Técnicas SECOVID, assim, no atual momento, só teria indicação como esquema vacinal primário em indivíduos acima de 18 anos. Há estudos em andamento que sinalizam que mesmo usando em esquema vacinal primário há que se considerar uma terceira dose".
Além do Brasil, Uruguai e Chile também usaram a CoronaVac em suas campanhas de vacinação na América Latina.
No próximo dia 18, o ministro Marcelo Queiroga voltará à CPI, para detalhar a vacinação no ano que vem e esclarecer o recuo no abandono do tratamento precoce.