O Ministério da Saúde de Israel confirmou o primeiro caso no país da variante do coronavírus AY4.2, uma mutação da Delta já detectada em alguns países europeus como o Reino Unido. Em comunicado publicado nesta terça-feira (19), o órgão afirma que a pessoa infectada é um menino de 11 anos que viajou para a Europa.
"O paciente em questão é um menino de 11 anos que foi detectado já na chegada ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, com ordem de isolamento e, atualmente, não há contatos adicionais confirmados", diz o comunicado, destacando que a investigação está em andamento.
Além da confirmação de Israel, a nova variante AY4.2 já foi encontrada no Reino Unido, teve três casos detectados nos Estados Unidos e alguns poucos na Dinamarca.
A nova mutação, denominada AY4.2, deriva da variante Delta, altamente transmissível, detectada inicialmente na Índia e que provocou uma disparada de casos no Reino Unido no final da primavera boreal (outono no Brasil). Até o momento, a AY4.2 não é considerada uma variante de preocupação global nem uma variante de atenção pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
– O surgimento da AY4.2 não é uma situação comparável à das cepas Alfa e Delta, que eram muito mais transmissíveis (50% ou mais) do que qualquer cepa que circulava naquele momento – afirma François Balloux, diretor do Instituto de Genética da University College London.
Reino Unido monitora nova variante
Na terça-feira, o governo britânico anunciou que "monitora muito de perto" a nova subvariante do coronavírus.
– Estamos monitorando muito de perto esta nova forma e não hesitaremos em tomar medidas caso seja necessário. [... No entanto] Não há nenhum motivo para acreditar que esteja se espalhando com mais facilidade – afirmou um porta-voz de Downing Street.
O surgimento da AY4.2 ocorre em um momento em que o Reino Unido, um dos mais castigados da Europa com 138 mil mortes por covid-19, enfrenta um número crescente de casos positivos.
Há duas semanas, os novos casos diários oscilam entre 35 mil e 45 mil, com uma taxa de incidência de 410 casos a cada 100 mil habitantes até 12 de outubro, muito maior que a do restante da Europa.
Alguns cientistas atribuem essa deterioração, que no momento afeta principalmente os adolescentes e adultos jovens, ao baixo nível da vacinação entre os mais novos, à redução da imunidade nos idosos que se vacinaram há muitos meses e ao levantamento da maioria das restrições em julho na Inglaterra, como o uso de máscara em lugares fechados.
Na opinião dos cientistas a nova variante "não é a causa do recente aumento do número de casos no Reino Unido".