GZH provocou os leitores a enviarem suas opiniões sobre a exigência de comprovante de vacinação contra o coronavírus para permitir a entrada em alguns locais, como eventos, teatros e restaurantes. O debate sobre o assunto vem ganhando força no Rio Grande do Sul e a medida já é adotada em alguns locais.
O governador Eduardo Leite anunciou nesta quinta-feira (30) a ampliação de público em estádios de futebol, eventos sociais e feiras. Uma das novidades é a exigência da carteira de vacinação, conforme o calendário de imunização divulgado pelo governo.
Na interação com GZH, mais de 120 pessoas responderam ao formulário. Os leitores dividem-se entre aqueles que são totalmente a favor da ideia — este grupo foi a maioria —, os que são contra e os que concordam com a proposta, mas apresentam ressalvas. Entre elas, está a preocupação de não excluir pessoas que, por algum motivo, não podem receber as doses.
— Sou a favor, mas devem haver exceções para as pessoas com contraindicações à vacina — afirmou a médica Sandra Gastal, da Capital.
Utilizar o passaporte vacinal como incentivo para que mais pessoas sejam imunizadas foi o argumento utilizado pelo autônomo Frederico Dutra dos Santos, de Porto Alegre:
— Na minha opinião, todo tipo de filtro regulatório que que vise uma segurança maior em relação à disseminação do contágio, que neste momento é maior em virtude das novas cepas, é benéfico. Além disso, é uma medida propulsora para a ação de vacinação em massa, e isso é extremamente importante para uma visão macro da imunização.
Presidente da Comissão da Saúde da OAB/RS e vice-presidente da Comissão Especial da Saúde da OAB/RS, o advogado Lucas Lazzaretti, de Porto Alegre, afirmou ser a favor da medida e levantou a possível segregação de indivíduos que o passaporte vacinal pode causar:
— Destaco como pontos positivos a possibilidade de a população ter um incentivo a mais para a imunização, podendo realizar suas atividades com mais segurança, o que fomentaria o retorno gradual do comércio e o crescimento econômico. Já em aos pontos negativos, estes precederiam aos pontos positivos. A principal deficiência que se pode citar, à luz da bioética, é que o CSS pode dividir a sociedade e segregar indivíduos. Ademais, atualmente há um baixo percentual da sociedade vacinada e o passaporte pode significar aval para relaxamento da prevenção, antes que seja comprovada a efetividade das vacinas contra a transmissão ou até mesmo qual a eficácia contra variantes.
A questão dos direitos individuais também foi citada por leitores.
— Se o local é privado o dono do estabelecimento pode, sim, exigir o que quiser para que se entre. Se for espaço público, vai ferir o direito de ir e vir — disse o autônomo Leonardo Emmanuel, de Campina Grande, na Paraíba.
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Leia a íntegra de outros relatos compartilhados pelos leitores de GZH:
Em alguns lugares, onde ficam varias pessoas estranhas num ambiente fechado, acho que é válido sim. Em lugares abertos, não vejo necessidade.
Sandra Robin Oliva, Porto Alegre
Sou contra, pois não são somente esses locais que aglomera, temos ônibus, shoppings, que não irão pedir passaporte. Agora, se puder tirar a máscara dentro desses ambientes e não precisar de distanciamento, eu até mudo de ideia e fico a favor.
Anderson Massolino, Porto Alegre
Vacina não impede ninguém de contrair, nem de disseminar o vírus. Logo, qual o sentido de ser proibida a entrada de alguém não vacinado?
Fabricio Silva, Porto Alegre
Acredito ser um estímulo para aceleração da vacinação, pois não segrega de nenhuma forma, muito pelo contrário, os lugares mais frequentes permanecerão com acesso livre, porém para setores específicos, como o de eventos, esportes e casas noturnas, que estão engessados e acumulando perdas desde o início da pandemia, o passaporte vacinal vem no sentido de dar segurança para a expansão de suas operações.
César Vastuk, Porto Alegre
Fundamental. A melhor forma de controle sobre os frequentadores , seja em bares, salões, cinemas, teatros, etc. Essa obrigatoriedade seria eficaz, já que daria segurança e tranquilidade a todos nestes espaços.
Ricardo Romera, Capão da Canoa
A imunização é primordial para conter a pandemia, mas não é obrigatória. A pessoa que não se vacinar deve arcar com as consequências, e exigir comprovante de vacinação seria mais um ato para proteger o coletivo.
Delma Ferrer, Porto Alegre
Acho que está correto. Ninguém é obrigado a se vacinar, porém, tem que respeitar o próximo e não colocar em risco a saúde da população, que, sendo a maioria, já estão vacinados. Em vários lugares do mundo é obrigatório apresentar a carteira de vacinação contra determinadas doenças (ex.: febre amarela) para poder entrar naquela cidade/país, justamente pra evitar uma pandemia, logo, a vacina do COVID-19 deveria ser assim também.
Alessandra P., Porto Alegre
Totalmente apoiado, vacina é a única segurança para diminuir as mortes e hospitalizações. No meu ponto de vista, deve ser obrigatório em todos lugares para frequentadores e profissionais.
Aline Reolon, Porto Alegre
Absurdo. Sou absolutamente contra a obrigatoriedade da vacinação.
Lauro Silveira, Pelotas
Acho completamente antiético exigir a obrigatoriedade de drogas que sequer tiveram seus estudos concluídos. Além disso, trata-se de cruzar a fronteira mais íntima de um indivíduo, que é seu próprio corpo. Mesmo a um doente terminal é concedido o direito de escolher não se submeter a tratamento. Ademais, um não vacinado assintomático não representa maior perigo a outras pessoas do que um vacinado. Um assintomático não desenvolve a doença justamente por seu sistema imunológico ter algum grau de defesa contra ela, exatamente como ocorre em um vacinado. Ademais, as vacinas não são sanitizantes, ou seja, não impedem que a pessoa adquira e transmita a doença. Logo, não há sentido em fazer tal discriminação. Por fim, trata-se também de uma intervenção inadequada do Estado na propriedade privada. Cabe aos proprietários dos estabelecimentos decidir tal questão. As pessoas devem reagir a um agigantamento estatal que se acentua rapidamente, tolhindo completamente a liberdade do indivíduo em todos os aspectos, uma verdadeira tirania.
Luis F., Porto Alegre
Acho que deve comprovar as duas doses.
Ana Luiza Azambuja da Silva, Cruz Alta
Acho muito necessário! Quem não quiser tomar vacina que fique em casa até a pandemia “acabar”.
Thais Gomes, Porto Alegre
A apresentação do passaporte vacinal não resolve o problema de circulação do vírus, mas com toda a certeza diminui as chances de contaminação, na medida em que apenas os vacinados possam frequentar determinados locais. É preciso que as pessoas se conscientizem que a vacinação não é apenas para proteção própria, mas para todos e creio que a restrição de circulação para não vacinados acabe conscientizando, ainda que forçadamente, aqueles que eventualmente não se vacinariam a se vacinar.
Vanessa Pereira Oliveira Soares, Cachoeirinha
Lei inconstitucional pois fere os pilares da Constituição Federal.
Kleber Pessek, Niterói
Se o local é privado o dono do estabelecimento pode, sim, exigir o que quiser para que se entre. Se for espaço público, vai ferir o direito de ir e vir.
Leonardo Emmanuel, Campina Grande-PB
O passaporte da vacina pode estimular a imunização da parte da população que não procurou a vacina.
Mateus Alves, Caxias do Sul
Acho muito válida essa implementação da necessidade do "passaporte de vacinação" para o acesso a locais como de grandes circulações de pessoas. A vacina é a única ferramenta comprovada pela ciência, na proteção do COVID-19 e é direito de todos receber OU não tal vacina, porém aqueles que não querem receber a vacina, devemos respeitar mas não por a vida do outro em risco. Com isso, concordo com essa exigência de comprovante de vacinação, aqueles que se vacinaram, que possam voltar aos poucos à vida pré-pandemia e aqueles que se negam a vacina, respeitamos, mas que fiquem restrito a circular por determinados locais e com isso, não por em risco o outro.
Lukas Boeira, Pelotas
A vacina impede a transmissão? Não. Então a intenção e controlar a população e não a doença.
Armando Sena , Rio de Janeiro
Um absurdo. Totalmente contra.
Géssica Nobre , Tobias Barreto/ SE
Anticonstitucional. Um absurdo.
Reinaldo Klimick , Porto Alegre
Não podemos ser obrigados , se assim fosse , onde estaria nossa liberdade?
Fátima de Sousa , Minas Gerais
Sou favorável, até mesmo porque a vacina é um pacto coletivo de saúde pública, não individual. Você não está somente se protegendo, mas todas as pessoas ao seu redor, inclusive, aquelas que por algum motivo real não possam tomar a vacinas. No momento que você se nega a cumprir esse pacto social, você deve ser tolhido de frequentar certos lugares e por a vida das outras pessoas em risco.
Aline Santiago , Igrejinha
Acho desnecessária e antidemocrática. Cuidados básicos de higiene como até aqui, são suficientes. Bom senso sempre.
Sergio Machado , Porto Alegre
Se quem é vacinado está imunizado e não irá contrair o vírus, logo, não deve se preocupar com quem não o foi. O não vacinado, portanto, não é ameaça aos vacinados. Quem não se vacinar, assume, por sua conta e risco, que possa vir a ser infectado. Isso é livre arbítrio. Um dia a pandemia acabará. Hoje, tal exigência é descabida.
Claudia Dias , Brasília
Acho que deve ser obrigatório a apresentação em todos locais fechados. A única coisa a se pensar são as pessoas que não podem se vacinar por questões médicas.
Júlia Dalcin Damiani , Carlos Barbosa
Extremamente importante para acelerar a vacinação e reduzir a transmissão do vírus.
Anna Barreto , Porto Alegre
É a melhor opção no momento para prevenir contaminações em público pelo menos. Mas, ao meu ver, deveria ser cobrado o passaporte também para locais e eventos pequenos.
Franciele de Oliveira Santos , Campo Bom
Todos queremos voltar a encontrar amigos, familiares e compartilhar momentos de alegria. As vacinas nos ajudarão para que isso aconteça logo. Quanto mais tardarmos a vacinação, mais reféns estaremos do vírus. Por esse motivo, o passaporte vacinal é uma estratégia fundamental que tem ao menos dois resultados importantes: ampliar a adesão da população às vacinas e evitar a produção de novas variantes de preocupação.
Juliana Maciel Pinto , Porto Alegre