Em meio a um temor de que poderiam faltar doses para completar o esquema vacinal de quem tomou o imunizante de Oxford/AstraZeneca no país nas próximas semanas, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) não identificou, até o momento, risco imediato de escassez de imunizantes no Estado.
Esse receio foi fortalecido, nos últimos dias, por uma reportagem do portal UOL indicando que poderiam faltar pelo menos 3 milhões de segundas doses de AstraZeneca, levando-se em conta a demanda prevista para agosto e setembro em comparação aos estoques estaduais e à previsão de entregas do Ministério da Saúde.
A hipótese também ganhou força pela publicação de uma portaria recente do Ministério da Saúde admitindo a utilização de um produto diferente na aplicação de reforço (a chamada intercambialidade) em situações excepcionais como “a ausência daquele imunizante no país”.
Segundo o presidente do Cosems/RS, Maicon Lemos, apesar disso, até o momento não há sinalização de problemas em relação ao abastecimento da vacina de Oxford entre os municípios gaúchos.
— Mantivemos contato com a área técnica do Ministério da Saúde, e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) também vem acompanhando (esse assunto), e não há, até o momento, essa probabilidade de falta de doses para a segunda aplicação — afirma Lemos, ressaltando que esse é o quadro atual, sempre sujeito a mudanças conforme a frequência e o volume dos envios realizados pelo governo federal.
Segundo o Cosems/RS, o Ministério da Saúde informou aos gestores municipais que os estoques “estão dentro do programado”.
— Em conversa com a Secretaria Estadual da Saúde, também pelo que está recebendo, até o presente momento, temos segundas doses de AstraZeneca para as próximas faixas etárias. Se ocorrer alguma dificuldade de abastecimento no futuro, aí seria um outro cenário — complementa Lemos.
Conforme informações da Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Rio Grande do Sul recebeu 182,5 mil doses desse imunizante na segunda-feira (16). O montante se soma a outras 85 mil unidades que se encontram reservadas na Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadi), em Porto Alegre — totalizando mais de 260 mil aplicações disponíveis.
Além disso, a partir da próxima distribuição aos municípios, na quarta-feira (18), o cálculo para o rateio das vacinas não levará mais em conta o critério de faixa etária. A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Tani Ranieri, afirma que o governo gaúcho vai “calcular quantas doses para primeira aplicação ou aplicação única cada município ainda precisa receber, independentemente de qual idade aquele município esteja vacinando”. O cálculo será realizado levando em conta todas as remessas já enviadas anteriormente.