Após a divulgação de novos casos da variante Delta do coronavírus no Rio Grande do Sul, pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a Secretaria de Saúde de Porto Alegre confirmou nesta quarta-feira (18) a transmissão comunitária da mutação do vírus na cidade. Isso significa que não é possível rastrear a origem da infecção e que a cepa já circula entre os moradores.
O alerta epidemiológico foi emitido pela Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Pasta a partir da confirmação de um paciente do surto detectado no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Trata-se de um homem de 65 anos que foi internado em 15 de julho e recebeu alta no dia 27 do mesmo mês.
A declaração de transmissão comunitária está embasada no fato de que o paciente é residente de Porto Alegre e não tem histórico de viagem ou contato com pessoas que tenham viajado para localidades onde já há circulação e transmissão local. A confirmação, por análise genômica completa, ocorreu pelo Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, do Centro de Vigilância em Saúde do Estado.
Circulação da variante Delta
Outros quatro casos de viajantes com resultado positivo para a variante Delta ocorreram a partir de testagem realizada após o desembarque no aeroporto Salgado Filho.
Uma passageira proveniente de viagem ao Rio de Janeiro desembarcou na cidade em 27 de junho, onde foi feita coleta de exame RT-PCR. Essa amostra integrou o trabalho do controle sanitário realizado no terminal pela Secretaria Municipal de Saúde. Na sequência, outros três casos foram detectados: dois viajantes vindos do Rio de Janeiro e um de Cancún, no México.
Além dessas confirmações, há outros 27 casos considerados prováveis que já foram submetidos a análises genômicas parciais, realizadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/RS), Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS/UFRGS) e Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Embora não sejam resultados de sequenciamento total, são análises que identificam mutações típicas da variante Delta.
Por ser uma cepa mais transmissível, segundo especialistas, a tendência é que grupos de pessoas sejam atingidos mais rápido. Por isso, a vacinação é fundamental, lembrando que todas as vacinas oferecem proteção contra as variantes do coronavírus. O uso de máscara, hábitos sanitários e o distanciamento também devem ser mantidos.