Um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros comprovou que a hidroxicloroquina não tem benefícios enquanto profilaxia pré ou pós-exposição ao coronavírus entre pacientes não hospitalizados e aos que precisaram de internação. O trabalho foi publicado no último sábado (28) no periódico regional das Américas do The Lancet.
A meta-análise incluiu 14 ensaios clínicos randomizados, cegos e controlados por placebo: em quatro deles, o medicamento foi usado como medicamento pré-exposição; em dois, a hidroxicloroquina foi administrada pós-exposição à covid-19. Outros três ensaios usaram a substância em pessoas não hospitalizadas e, por fim, cinco para pacientes internados em hospitais. No total, foram analisados trabalhos que reuniram mais de 5,7 mil indivíduos.
Os achados não indicam redução no risco de infecção entre os que receberam o medicamento pré-exposição e, tampouco, pós-exposição. Também não houve diminuição no risco de hospitalização para pacientes ambulatoriais e nem de morte entre os internados.
Além disso, descrevem os autores, foi observado um aumento no risco para quaisquer eventos adversos e sintomas gastrointestinais no grupo que recebeu a hidroxicloroquina.
Apesar das conclusões, os autores destacam que o trabalho é limitado, pois incluiu estudos interrompidos precocemente e com alto risco de viés.
A cloroquina e a hidroxicloroquina são substâncias amplamente defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro mesmo que nenhuma delas tenha comprovação de eficácia contra a covid-19.