Administrada em dose única, a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Janssen se mostrou eficaz na proteção contra o sars-cov-2, que originou a pandemia, e suas variantes, apontou um estudo publicado no periódico Nature. O imunizante do braço farmacêutico da Johnson & Johnson deve chegar na próxima semana ao Rio Grande do Sul.
Conforme reportaram os autores do estudo, a vacina gerou anticorpos e resposta imune celular ao coronavírus e todas as variantes, inclusive à sul-africana, que é parcialmente resistente aos anticorpos neutralizantes.
— A preocupação é se as novas cepas podem reduzir a eficácia das vacinas em uso, que foram desenvolvidas para proteger contra o vírus original, o sars-cov-2. Esses achados têm importantes implicações — disse o imunologista Dan Barouch, diretor do Centro de Virologia e Pesquisa de Vacina do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC), dos Estados Unidos, e líder da pesquisa.
Para obter os resultados, a equipe administrou uma ou duas doses do imunizante experimental em 20 voluntários com idades entre 18 e 55 anos. Todos eles eram participantes do estudo de fases 1/2, que investigava o melhor esquema vacinal para o produto. Depois, os pesquisadores usaram técnicas para avaliar os anticorpos e a resposta imune celular ao vírus original e às variantes da África do Sul, do Reino Unido, do Brasil e da Califórnia (EUA).
Ao comparar as respostas de anticorpos ao vírus original e às novas cepas, o trabalho mostrou que houve uma redução na indução de anticorpos neutralizantes contra as variantes brasileira e sul-africana. Em contrapartida, os anticorpos não neutralizantes e a resposta celular foram minimamente impactadas por elas.