Junho promete ser um ponto de virada na campanha de vacinação contra a covid-19. Neste mês, o Rio Grande do Sul deverá aplicar a primeira dose em todos os profissionais que trabalham em escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, informou a diretora de Atenção Primária e Políticas da Saúde do governo do Estado, Ana Costa.
Os profissionais da educação representam 194.386 pessoas em todo o Estado, segundo estimativa da Secretaria Estadual da Saúde (SES). A imunização do grupo é uma reivindicação da categoria para o retorno às aulas e foi pleiteada pelo Palácio Piratini junto ao governo federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, o Ministério da Saúde acabou dando aval para que a categoria fosse imunizada, em meio à pressão de governadores e de prefeitos — muitos deram início ao processo por conta própria, antes da liberação oficial.
Em junho, também devem ser contemplados com a vacina contra a covid-19 no Estado presos, profissionais que trabalham no sistema penitenciário e pessoas em situação de rua, que são os próximos grupos prioritários, além de novas faixas etárias da população em geral.
— Imaginamos que terminaremos muito em breve a vacinação da população prisional, população de rua e professores. Até o meio de junho, esperamos ter tudo isso coberto, iniciando as idades. Talvez chegar próximo aos 50 anos, mas não dá para saber ainda, sem a orientação de cada remessa. Estamos otimistas — afirma Ana Costa.
O avanço da campanha se dá com o maior repasse de doses de farmacêuticas ao governo federal. Cronograma do Ministério da Saúde prevê 43,8 milhões de doses neste mês para todo o Brasil, 11,5 milhões a mais do que em maio.
O carro-chefe serão as 20,9 milhões de vacinas de Oxford/AstraZeneca/Fiocruz e, em segundo lugar, as 12 milhões de doses da Pfizer. Também há previsão de 6 milhões de doses da CoronaVac e outras 4,89 milhões do convênio Covax Facility, gerenciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Como o Rio Grande do Sul costuma receber entre 5% e 6% do total de doses de cada lote, a expectativa é de que cheguem cerca de 2,6 milhões de doses em junho para a primeira e segunda aplicações, cerca de meio milhão a mais do que em maio.
Até a próxima quinta-feira (3), o Estado receberá 38.610 doses da Pfizer e 356,5 mil da AstraZeneca, segundo Ana Costa. A SES ainda não recebeu orientação do Ministério da Saúde sobre quantas devem ser destinadas à primeira injeção nem à segunda. Para a semana que vem, ainda há a expectativa de chegada de um novo lote da CoronaVac.
Imaginamos que terminaremos muito em breve a vacinação da população prisional, população de rua e professores. Até o meio de junho, esperamos ter tudo isso coberto, iniciando as idades. Talvez chegar próximo aos 50 anos, mas não dá para saber ainda, sem a orientação de cada remessa. Estamos otimistas
ANA COSTA
Diretora de Atenção Primária e Políticas da Saúde do governo do Estado
Graças à experiência de prefeituras, servidores públicos e farmácias privadas com anos de vacinação contra a gripe em meio a um inverno rigoroso, o Rio Grande do Sul está, desde o começo da campanha, entre os Estados líderes no número de doses aplicadas. O alto número de idosos e de pessoas com comorbidades também favoreceu o maior repasse de doses pelo Ministério da Saúde ao Rio Grande do Sul.
Até agora, 27,6% dos moradores do Estado receberam a primeira dose e 13,2%, a segunda, de acordo com análise do portal Covid-19 no Brasil. Em Porto Alegre, os números são mais altos: 34,1% dos habitantes receberam a primeira dose e 20,6%, a segunda. Na quarta-feira (2), a vacinação dos grupos prioritários deve avançar para a população de rua na Capital.
A estimativa de analistas é de que seja necessário imunizar 70% dos habitantes com duas doses para atingir a imunidade de rebanho.
— A gente tem uma expectativa de impacto na redução da mortalidade e morbidade da doença. Algumas regiões estão em alerta, o fato de estar vacinado não quer dizer que todos estão protegidos, mas observamos redução nos números de idosos e outros grupos — acrescenta Ana Costa.