O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira (10) que realizará um estudo para analisar se o uso de máscara pode ser desobrigado para pessoas vacinadas contra covid-19 ou que já tenham contraído o vírus. O pedido, de acordo com o ministro, partiu do presidente Jair Bolsonaro que, mais cedo, afirmou que Queiroga assinaria uma parecer liberando a utilização do equipamento para esse grupo.
— Queremos que (a liberação das máscaras) seja o mais rápido possível, mas precisamos vacinar a população — afirmou o cardiologista à CNN.
Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS) apontou que o uso de máscaras reduz em 87% a chance de ser infectado pelo SARS-CoV-2.
Em evento em Brasília, na tarde desta quinta, Bolsonaro afirmou:
— Acabei de conversar com o (ministro da Saúde) Queiroga e ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que já foram vacinados ou que já foram contaminados, para tirar essa... Esse símbolo que, obviamente, tem a sua utilidade, para quem está infectado.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que, no atual contexto de grande circulação da covid-19 em muitos países, mesmo os vacinados contra o vírus devem manter os cuidados recomendados, como uso de máscaras e distanciamento social. Diretora do Departamento de Imunização, Vacinas e Biológicos da OMS, Kate O'Brien, lembrou que nenhuma das vacinas disponíveis é 100% eficaz.
Além disso, ela comentou que os vacinados podem desenvolver apenas casos leves da doença, mas ainda assim contaminar outras pessoas:
— Não sabemos o quanto as vacinas protegem da infecção contra a covid-19.
O'Brien advertiu que, quanto mais o vírus circular, maior o risco de surgirem cepas resistentes a alguma vacina.