O primeiro lote do imunizante da farmacêutica Janssen, da Johnson & Johnson, chegou nesta terça-feira (22) ao Brasil para compor o Plano Nacional de Imunização contra a covid-19, contendo 1,5 milhão de doses. No total, 38 milhões de unidades foram contratadas pelo Ministério da Saúde, que devem chegar até o final do ano. Em entrevista ao programa Gaúcha +, o médico infectologista Breno Riegel Santos, responsável pelo estudo da Janssen com voluntários no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, destacou o alívio que essa nova vacina traz, também por ser a primeira de dose única a ser usada no Brasil.
— Fora da vacina, não temos como sair dessa crise que está se arrastando já há quase dois anos, um ano e meio, com tantas repercussões — afirmou Santos.
O infectologista também ressaltou a vantagem da dose única do imunizante, e o fato de que pode ser armazenado em condições normais de resfriamento.
O médico estima que levem cerca de 14 dias para que haja proteção após a aplicação. Em relação aos efeitos colaterais, destacou que no estudo da Janssen no Conceição houve relatos de dor no local da vacina, febre, dor no corpo e de cabeça, que duravam de 24 horas a 36 horas após a injeção. Mas ressalta que são controláveis com o uso de analgésicos comuns.
— Uma coisa é certa: as vacinas protegem contra casos graves, não impedem que alguém fique doente, mas alguém vacinado vai ter uma doença muito mais leve e muito provavelmente não vai se agravar a ponto de precisar de internação — lembrou Riegel.
— No momento que a população estiver vacinada, não vai mais ter circulação viral e novas cepas não vão aparecer. O que precisamos é nos centrar nesse momento em vacinar todo mundo, essa é a questão.