A gaúcha Leticia Gomes é mestranda na Universidade de Westminster, localizada na região central do Londres, cidade em que ela mora atualmente. A jovem, de 23 anos, conta que após o país viver um lockdown de três meses em função da segunda onda de coronavírus, que assolou o território britânico, a situação se estabilizou em um baixo patamar de novos casos.
Porém, o medo voltou a rondar o território britânico. Isso porque dados divulgados pelo serviço de saúde da região, na quinta-feira (10), revelaram que o Reino Unido registrou mais 7.540 casos de covid-19 em 24 horas, o maior número de infecções desde 26 de fevereiro, de acordo com dados oficiais.
Com 42,5% da população com o ciclo vacinal completo, segundo o Our World in Data, o uso de máscara na rua, que nunca foi compulsório, continua sendo opcional, e isso implica baixa adesão ao equipamento de proteção. Porém, ele permanece obrigatório em locais fechados.
Ficam desobrigadas a cumprir a regra de uso da máscara em locais fechados pessoas que têm motivos devido a doença ou incapacidade física ou mental, afirma o governo. Além disso, desde maio, os estudantes da educação primária e secundária não precisam mais usar máscaras nas escolas e faculdades da Inglaterra.
Apesar da vacinação a passos largos, Leticia não se sente segura para circular sem proteção facial nas ruas de Londres:
— Muitas pessoas aqui não usam máscara na rua, mas não consigo ficar sem a minha. Até me vacinar, não me sinto à vontade para ficar em máscara. Muito motivos embasam esse receio. Primeiramente, não sei quem realmente tomou vacina, porque muitas pessoas desconfiavam dela. Além disso, se eu me expor, pegar e ficar assintomática, posso estar bem de saúde, mas vou estar transmitindo o vírus. Fazer isso seria muita irresponsabilidade com as pessoas que moram comigo, com que convivo e também com os moradores da minha cidade, porque elas podem se agravar e ficar muito doentes.