Prestes a completar o primeiro mês, a campanha de vacinação contra a gripe registra baixa procura e números muito menores do que as autoridades em saúde esperavam pra a primeira fase da imunização. Deste o dia 12 de abril, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre vacinou 45.510 pessoas, que corresponde a 5,7% de todo o público alvo, que é de 729.020 pessoas.
Nesta primeira fase, estão sendo vacinadas crianças entre 6 meses e 6 anos, gestantes e puérperas (mulheres no período de até dias 45 após o parto), além de povos indígenas e trabalhadores da saúde.
Até o momento, o grupo de crianças atingiu apenas 24% da meta. Das gestantes e puérperas, apenas 20% estão imunizadas. O grupo com menos procura é o de profissionais da saúde, com apenas 16% vacinados, o que representa 15.783 dos 101.302 trabalhadores.
Embora não haja comprovação sobre as motivos que estão afastando as pessoas dos pontos de vacinação, uma das hipóteses levantadas é que o fato de estar ocorrendo outra campanha de vacinação ao mesmo tempo, a contra a covid-19.
De acordo com a diretora-adjunta da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernanda Fernandes, esse pode ser um dos motivos, mas desde que se respeite o prazo de 14 dias entre uma dose e outra, as vacinas podem ser tomadas, independente de qual foi o imunizante utilizado contra a covid-19.
Ela ressalta que os trabalhadores da saúde foram os primeiros vacinados contra o coronavírus e que já estão aptos a tomar outra vacina. Fernanda também destaca que a gripe pode ser uma doença de risco para os grupos prioritários.
— A influenza é um vírus que pode se desenvolver de forma grave. Principalmente para idosos e crianças. Essas pessoas podem precisar de internações — disse.
O mesmo fenômeno acontece nas clínicas particulares da Capital. Acostumadas a registrar filas no início das campanhas, neste ano o cenário foi diferente.
— Talvez agora com a chegada do frio, as pessoas comecem a procurar mais, mas até agora, embora o movimento seja constante, não se compara aos anos anteriores, onde a gente tinha fila pra fazer a vacina. A procura neste ano, reduziu em 40% — destaca Andiara Gitz, sócia de uma clínica de vacinação no bairro Menino Deus.
De acordo com o Presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, Juarez Cunha, a vacinação da rede privada não impacta na vacinação da rede pública.
— O quantitativo de vacinação da rede privada é muito pequeno e não muda os números da campanha da rede pública. O que acontece é que são duas campanhas acontecendo simultaneamente e não é facil comunicar sobre as duas. As pessoas têm muitas duvidas. E esses grupos prioritários são os que a gripe oferece mais riscos — lamenta.
Cunha também ressalta que no caso das crianças, não há vacinação contra o coronavírus e é importante que os pais vacinem os filhos.
Na próxima terça-feira (11), um novo grupo passará a ser vacinado. Idosos e professores se somam aos públicos a serem imunizados. A vacinação contra gripe é realizada em 40 unidades de saúde, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.