A lentidão na vacinação e o isolamento baixo podem resultar em uma terceira onda da covid-19 no Brasil, de acordo com projeções feitas por pesquisadores brasileiros e dos Estados Unidos. Esse aumento, especulam, pode representar nova alta de mortes. As informações são do jornal O Globo.
Cientistas do Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da Universidade de Washington indicam que, sem avançar na vacinação, o país pode chegar à marca de 751 mil mortes até 27 de agosto — hoje, são, oficialmente, 436.537. Mais: esse cenário inclui o uso de máscaras por 95% da população.
O pior cenário projetado prevê a disseminação da variante P.1 e o abandono do uso de máscaras por pessoas imunizadas, o que acarretaria o retorno às 3.330 mortes diárias em 21 de julho, alcançando 941 mil óbitos em 21 de setembro.
De acordo com o texto, os especialistas norte-americanos projetam um aumento nas mortes mesmo com a redução nas internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), em razão do crescimento nas infecções e redução no uso de máscaras e do distanciamento social.
À reportagem, Cláudio Struchiner, médico e professor de matemática aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV), ponderou que as entidades brasileiras evitam fazer projeções em razão das incertezas sobre os rumos da pandemia no país. Ele lembra das dúvidas em relação ao ritmo de vacinação, problemas na relação Brasil - China (responsável pelo fornecimento de insumos para as vacinas), surgimento de novas cepas e duração da imunidade, por exemplo. Ainda assim, o docente acredita que a previsão norte-americana é plausível.
Já dados da Rede Análise Covid-19 indicam que o país tem picos seguidos de queda e estabilização. Na sequência, vem novo aumento. As informações recentes apontam que o Brasil está perto de viver uma nova alta de casos. Outra fonte de pesquisas, a plataforma da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) também projeta um aumento de casos.