O movimento Unidos pela Vacina a partir de agora começa a contar com articulação no Rio Grande do Sul. Com o propósito de acelerar o processo de vacinação de todos os brasileiros contra o coronavírus, a iniciativa foi idealizada pelo Grupo Mulheres do Brasil, presidido pela empresária Luiza Trajano, e reuniu inicialmente empresários do país como Walter Schalka, do grupo Suzano, Paulo Kakinoff, da Gol, José Carlos Brega, da Whirlpool, Eduardo Sirotsky Melzer, da EB Capital, Betânia Tanure, da BTA, entre outros.
O foco principal é identificar gargalos no país, em Estados e municípios, que possam atrasar a vacinação, como problemas de logística, transporte e armazenamento das ampolas, contribuindo com o Programa Nacional de Imunização, liderado pelo governo federal. Além disso, o movimento se propõe a organizar uma rede de apoiadores que contribua para mitigar esses obstáculos. Ou seja, construir pontes entre a sociedade civil e o poder público.
Nas últimas semanas, o movimento passou a ganhar muitos apoiadores e adotou um modelo de regionalização nos Estados. Com o objetivo prioritário de acelerar o processo de diagnóstico e conexão dos doadores, essa frente se inicia no Rio Grande do Sul convidando a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), o Instituto Cultural Floresta (ICF) e a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) a participar e já conta com o apoio de voluntários locais do Mulheres do Brasil e de empresários e executivos como Nelson Sirotsky e Claudio Toigo Filho, do Grupo RBS, Mariela Silveira, do Kurotel, e Leonardo Fração, presidente do ICF, que estiveram presentes em reunião na tarde desta sexta-feira. O encontro marcou o início oficial das atividades no RS.
— É muito estimulante ver a sociedade civil aderente ao processo de vacinação. Neste contexto, toda a ajuda é sempre bem-vinda, especialmente no que diz respeito à mobilização das pessoas — destacou a secretária-adjunta de Saúde do Estado, Aglaé Regina da Silva, durante o encontro.
Ao desembarcar no Estado, o Unidos pela Vacina, iniciativa apartidária e sem fins comerciais, vai primeiramente mobilizar prefeitos e secretários de Saúde para traçar um diagnóstico de quais são as dificuldades para garantir aplicação imediata tão logo haja imunizante disponível em larga escala. Essa etapa será liderada pela Famurs e pelo Grupo Mulheres do Brasil, a partir de pesquisa elaborada pelo movimento e que precisará ser preenchida pelos municípios. Até o momento, o Unidos pela Vacina já levantou dados de 2.042 das 5.570 cidades brasileiras, das quais 31 fazem parte das 497 gaúchas.
A meta é atingir 100% dos municípios até o final de março.
— Vacina é nossa prioridade. Vamos contribuir para acelerar de forma significativa o preenchimento da pesquisa — reforçou o presidente da Famurs, Emanuel Hassen de Jesus.
Plataforma
Em paralelo, o Instituto Floresta foi convidado a liderar no Estado a frente local de parcerias, que tem como objetivo fazer a ponte entre demandas identificadas na pesquisa das secretarias de Saúde e os recursos que doadores (empresas e entidades) podem oferecer. A premissa do movimento é não receber doações em dinheiro ou operar esse processo. O Instituto Floresta já tem expertise em atuação na saúde, inclusive no combate ao coronavírus e poderá agregar essa habilidade com o processo.
— O ICF representa a união de empresários que querem ajudar a solucionar problemas da sociedade em parceria com o poder público. Ajudamos na segurança há três anos, com os respiradores ano passado e, agora, com as vacinas, para que possamos abrir a economia e deixar o povo trabalhar — disse o presidente do Instituto Floresta, Leonardo Fração.
Além disso, o Unidos pela Vacina desenvolveu uma plataforma que conecta a iniciativa privada com o poder público e pode ser acessada por quem deseja participar do projeto. Conscientizar a população de que a vacina é a solução mais efetiva para pandemia também está entre as prioridades do movimento e é foco principal da Agert e do Grupo RBS em mobilizar o Rio Grande do Sul e distribuir informações certificadas à população, ampliando o conhecimento e o engajamento sobre o tema.
— Garantir informação confiável para esclarecer a população e permitir que cada cidadão tome consciência da relevância de se vacinar, para ele e para a sociedade, está no cerne da nossa atividade — afirmou o presidente da Agert e do Sindirádios, Roberto Cervo Melão.
Acelerar a vacinação é primordial para o movimento.
— Sabemos que a vacinação é imprescindível para frear a crise sanitária e econômica que vivemos, em todas as dimensões. Enquanto não tivermos vacinação em massa, vamos continuar vendo mortes evitáveis, aumento da pobreza e todas as suas consequências e o adoecimento emocional. Como sociedade, é nosso papel contribuir com atitudes individuais e coletivas para frear o avanço do vírus e acelerar a recuperação — disse o presidente do Grupo RBS, Claudio Toigo Filho.
Ouça a entrevista de Claudio Toigo Filho ao "Gaúcha Atualidade":
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