Um amplo movimento de empresários e demais atores da sociedade civil em favor da vacinação dos brasileiros foi lançado nesta terça-feira (9). Em uma videoconferência nesta tarde, integrantes do programa Unidos pela Vacina deram detalhes sobre como irão ajudar na imunização no país contra o coronavírus. Na reunião, estiveram presentes a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, e o fundador e CEO da EB Capital e ex-presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer.
O objetivo do movimento é agilizar a vacinação no país. Para isso, o grupo se propõe a identificar os entraves existentes para a imunização e trabalhar para eliminá-los, ajudando a viabilizar, por exemplo, o transporte e a distribuição das doses. Ao contrário de mobilizações anteriores de empresas, que tinham por objetivo a imunização de funcionários, este grupo será focado na vacinação via rede pública, respeitando os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde.
Um dos primeiros passos para ajudar na vacinação, conforme o grupo, é identificar as necessidades de cada cidade brasileira. Por isso, um levantamento vem sendo feito e deve ser concluído até o fim de semana. A partir desse raio X, o movimento irá se organizar para buscar soluções.
— As cidades brasileiras enfrentam desafios diferentes. Algumas não têm seringa suficiente, outras não têm refrigerador apropriado para as vacinas. Nós estamos recebendo muitos pedidos de logística, tanto para deslocamento terrestre quanto aéreo. Estamos entendendo ainda o que precisa ser feito e o que cada local precisa. Até o final de semana, teremos essa radiografia sob diversos aspectos de todas as cidades brasileiras, e aí saberemos para onde direcionar nossos esforços — explicou a empresária.
De acordo com Eduardo, o movimento se dividiu em grupos de trabalho que atuam em frentes diferentes, entre eles, o que dialoga com o governo federal, o que se reúne com os governos dos Estados e o que trata da cadeia produtiva, buscando insumos, seringas e agulhas, por exemplo.
— A gente está salvando vidas e, consequentemente, ajudando a acelerar a economia. Estamos tratando com as questões mais importantes do nosso país atualmente. Essa é uma oportunidade única de uma reconscientização da sociedade civil brasileira. Aqui não tem classe social, não tem lado político. Só temos o compromisso com o país. É isso que nos une, salvar vidas e salvar a economia. Na nossa visão, não há causa maior que essa neste momento. E por isso estamos convidando toda a sociedade civil para fazer parte disso — afirmou.
A expectativa do grupo é de que toda a população seja vacinada até setembro. Em relação à meta "ousada", como define a própria Luiza Trajano, a empresária explica que a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) pode dar conta do desafio, se receber ajuda da sociedade civil.
— A gente não conhece a capacidade do nosso SUS. A gente precisa resgatar esse nosso patrimônio. Quando eu conheci melhor o SUS, fiquei com vergonha de não o ter conhecido antes. A nossa capacidade de vacinação é a maior do mundo, é possível. Além disso, o brasileiro tem uma vontade muito grande de ajudar, tenho recebido muitas e muitas mensagens de pessoas querendo saber como nos auxiliar. E só uma sociedade civil organizada pode mudar o país. É isso que estamos buscando — projeta.