A estratégia da priorização da primeira dose da vacina contra o coronavírus, já adotada em alguns lugares do mundo, como no Reino Unido, já ocorre também no Rio Grande do Sul. Neste domingo (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, autorizou a aplicação imediata das vacinas reservadas pelos Estados para a segunda dose.
Segundo Cynthia Molina Bastos, diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, a liberação só é feita quando "há perspectiva verdadeira da segunda dose", por meio de novas remessas.
— Isso já é uma realidade, foi uma das primeiras medidas tomadas. Conforme íamos tendo segurança de que viriam novas remessas, a gente já liberava o quantitativo inteiro. Já fazemos dessa forma, mas não é algo indiscriminado — explicou ela em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta segunda-feira (22).
Cynthia explicou os benefícios e cuidados de priorização da primeira dose com base em um caso hipotético, em que o Estado teria recebido cem doses:
— Nesse caso, o Ministério da Saúde diz que é para 50 pessoas (duas doses para cada). Eu assumo que vou vacinar cem pessoas, e quando vier a próxima remessa de cem doses, que seria para mais 50 pessoas, eu vacino a segunda dose. Ou seja, vacinei a primeira dose mais cedo, vou ter pessoas imunizadas mais cedo. Isso é interessante, ainda mais na situação que estamos vivendo. — afirma ela.
Cynthia garante que não há risco de a pessoa ficar sem a segunda dose da vacina.
— Temos todo o cuidado. Sabemos exatamente qual a leva que distribuímos 100% a primeira dose está fechando (o prazo para tomar segunda dose), então, no próximo lote, sabemos que ali é preciso reservar segunda dose (para esta leva).
Ampliação da imunização
Sobre ampliação da faixa etária de vacinação no RS, definida após a entrega de novas doses ao Estado no último sábado (20), foi pactuado em reunião extraordinária que vai ser destinada para vacinação de até 100% dos grupos de até 70 anos e quilombolas. Cynthia afirma que a previsão de imunização de 34% dos idosos com 69 anos serve "apenas para cálculo de distribuição" desta remessa no Estado:
— Se continuar as remessas na velocidade em que está, a população nem sente que a gente distribuiu 30% e mais 70% depois. Tivemos duas remessas seguidas e a informação de que as remessas serão semanais. Isso nos dá um alento, uma tranquilidade. O problema é chegar 34% e parar.
Cynthia também ressalta que os municípios têm autonomia para ir liberando novas faixas de acordo com a distribuição de doses.