Essenciais para a manutenção das UTIs, os medicamentos do kit entubação que chegaram na última sexta-feira (26) ao Estado começaram a ser entregues, na Capital, na manhã deste sábado (27). A cargo do Exército, a operação teve início pelo Hospital Cristo Redentor. Na sequência, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), foram contemplados os hospitais Ernesto Dornelles, Instituto de Cardiologia, Associação Hospitalar Vila Nova e Mãe de Deus.
— Toda ajuda é bem-vinda. Nossos estoques de medicamentos para sedação de pacientes intubados estão muito baixos, essa é a nossa principal necessidade. Só não faltou ainda porque temos contratos vigentes e algumas indústrias estão realizando entregas fracionadas — disse o diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Cláudio Oliveira, ao qual o Cristo Redentor é vinculado.
A primeira entrega dessa remessa enviada pelo Ministério da Saúde ocorreu ainda na sexta-feira, beneficiando o Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo, que estava com o estoque de bloqueadores neuromusculares e sedativos em nível crítico.
— Precisamos correr contra o tempo para garantir conforto aos pacientes intubados — ressaltou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.
Neste sábado, além da equipe do Exército que entrega os medicamentos em Porto Alegre, 10 grupos formados por militares percorrem mais de 6,5 mil quilômetros pelo interior do Estado para abastecer hospitais. Ao todo, o lote contemplará 51 instituições com o kit entubação, composto por remédios para o procedimento de ventilação mecânica de pacientes com dificuldades respiratórias. São 20,1 mil frascos de atracúrio, 3,5 mil ampolas de cisatracúrio e 37,88 mil frascos de midazolam.
Assim que chegam ao Estado, os medicamentos são armazenados no 3° Batalhão de Suprimento, em Nova Santa Rita, onde são preparados para o transporte e entrega imediata aos hospitais, responsabilidade do 3° Grupamento Logístico.
— Como a quantidade recebida ainda não corresponde ao total do que solicitamos ao governo federal, decidimos que esse lote irá beneficiar hospitais que têm leitos de UTI e compõem o sistema de regulação estadual. Escolhemos critérios técnicos baseados no relatório semanal que os próprios hospitais nos passam, declarando a situação dos estoques desses medicamentos — explicou a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da Secretaria da Saúde (SES), Lisiane Fagundes.
A responsabilidade pela compra desses medicamentos é das instituições hospitalares, não fazendo parte da rotina da Assistência Farmacêutica do Estado. No entanto, frente à dificuldade de aquisição no país e ao aumento da demanda desde o ano passado, o governo do Estado e o Ministério da Saúde se articularam para comprá-los excepcionalmente e distribuí-los às instituições com estoques críticos e que prestam atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A SES realiza um levantamento semanal com os hospitais gaúchos do estoque dos 22 medicamentos para a entubação em UTIs. A ação visa acompanhar a quantidade de cada um na rede hospitalar pública, que já sofreu com escassez em julho do ano passado, também em decorrência da pandemia de covid-19. Na época, foram adquiridos medicamentos no mercado nacional e internacional.
Em março, foram entregues a hospitais de todas as regiões do Estado cerca de 130 mil frascos de medicamentos com essa finalidade.