A vacina russa Sputnik V tem eficácia de 91,6% contra a covid-19 em suas manifestações sintomáticas, de acordo com uma análise dos testes clínicos publicada nesta terça-feira (2) pela revista médica The Lancet e validada por especialistas independentes.
Os resultados preliminares consideram que a vacina, administrada em duas doses, "mostrou uma grande eficácia" e foi bem tolerada pelos voluntários com mais de 18 anos que participaram na última etapa dos testes clínicos, indicou Inna Dolzhikova, pesquisadora do Centro Nacional Gamaleya da Rússia e coautora do estudo.
A Sputnik V, desenvolvida pelo centro de pesquisa de Moscou Gamaleya, em colaboração com o Ministério da Defesa russo, foi registrada pelo país em agosto de 2020.
Sputnik no Brasil
No Brasil, a Sputnik será produzida pela farmacêutica União Química, que planeja trazer ao país 10 milhões de doses prontas até março. Além disso, programa produzir outras 150 milhões em 2021 — e espera fabricar o insumo farmacêutico ativo no país.
O imunizante é visto como um das mais promissores por interlocutores do presidente e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mas ainda esbarra na falta de dados para a aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nos bastidores, defensores dizem que a Sputnik poderia se tornar "a vacina de Bolsonaro".
A Anvisa aponta falta de dados básicos para poder liberar o uso emergencial do imunizante. Faltam também pesquisas de fase 3 do produto no Brasil.
Em fevereiro, a Rússia vai iniciar a produção em massa de sua segunda vacina, a EpiVacCorona. Registrado no país em outubro, o imunizante foi desenvolvido pelo laboratório Vektor, na região de Novosibirsk, na Sibéria Ocidental.
*Com informações do Estadão