Com a piora nos indicadores da pandemia, o Gabinete de Gerenciamento de Crise do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em Porto Alegre, se reunirá na manhã de sexta-feira (19) para definir que medidas serão tomadas diante do aumento expressivo no número de pacientes necessitando de atendimento para a covid-19 em todas as áreas — pronto-atendimento, emergência, leitos clínicos e de terapia intensiva.
Outras instituições da Capital já estão operando sob restrições. Na quarta-feira (17), a direção do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) decidiu cancelar, até sábado (20), todas as cirurgias que pudessem demandar leitos do Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Internações clínicas eletivas (por motivo não urgente) estão suspensas. Mais vagas de enfermaria e no CTI estão sendo disponibilizadas para doentes com diagnóstico suspeito ou confirmado de infecção por coronavírus.
O Hospital Moinhos de Vento (HMV) continua priorizando casos graves, "até que a situação atual de ocupação seja normalizada e a pandemia retorne aos patamares anteriores", segundo comunicado divulgado na terça (16). Destaca-se um apelo à população para que se mantenha atenta às normas de proteção e isolamento. Leitos de internação e CTI estão lotados.
De acordo com Francisco Zancan Paz, diretor-técnico do GHC e coordenador do Gabinete de Crise, o encontro de sexta será focado no que precisa ser feito para garantir a continuidade da prestação dos serviços à comunidade.
Paz recorda que o pico de casos aguardado para janeiro, após as festas e viagens realizadas no Natal e no Ano-Novo, acabou não ocorrendo, mas, atualmente, o cenário é bem diferente, com nítido aumento na demanda ao longo dos últimos 10 dias.
— Acredito que o período de férias e o feriadão do início de fevereiro estão começando a repercutir de forma preocupante — afirmou o diretor-técnico.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a direção da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre disse que vem monitorando permanentemente a situação e que, por enquanto, ainda não há previsão de fechamento de qualquer setor. Se houver piora, dá-se como certo que será necessário tomar providências.
Na quarta-feira, o Hospital Ernesto Dornelles havia restringido o Serviço de Emergência ao atendimento somente a pacientes com sintomas gripais. Nesta quinta, devido à superlotação, o Serviço de Emergência foi fechado. A previsão é de que o fechamento se mantenha por 72 horas. Após esse período, a situação será reavaliada.
Nesta quinta, o Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS) também anunciou restrições. Segundo nota da instituição, "devido à continuidade da alta demanda de atendimentos a pacientes por diversas patologias, incluindo casos confirmados ou suspeitos de covid-19, informamos a restrição do atendimento em nossa emergência por 96 horas, a partir das 18h desta quinta-feira, 18 de fevereiro. Neste momento, será dada prioridade aos casos mais graves, de acordo com a classificação de risco. A medida tem o objetivo de preservar a segurança de nossos pacientes e a manutenção da qualidade do atendimento. A situação será monitorada diariamente e poderá ser alterada conforme mudanças no cenário".