O Ministério da Saúde tirou do ar o aplicativo TrateCov, que recomendava tratamento precoce a pacientes com sintomas que podem ou não ser de covid-19. Segundo a pasta, a plataforma "foi lançada como um projeto-piloto" e seria apenas um simulador. Ainda conforme nota divulgada pelo ministério, "o sistema foi invadido e ativado indevidamente – o que provocou a retirada do ar, que será momentânea".
O aplicativo foi apresentado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na semana passada, quando esteve em Manaus (AM). O ministério afirmou que o TrateCov sugere o diagnóstico por meio de sistema de pontos que obedece a "rigorosos critérios clínicos". O teste era feito em Manaus, onde mais de 340 profissionais de saúde foram cadastrados no sistema, mas usuários de outras regiões, inclusive sem ser médicos, conseguiam acessar.
O aplicativo TrateCov recomendava uso de antibióticos e cloroquina, ivermectina e outros fármacos para náusea e diarreia ou para sintomas de uma ressaca, como fadiga e dor de cabeça. A indicação de uso de cloroquina e antibiótico pode ser feita até a um recém-nascido com diarreia e fadiga, pois a idade não interfere na pontuação apresentada pelo aplicativo.
No início da tarde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu a "retirada imediata do ar" do aplicativo TrateCov. Em nota, o conselho diz que identificou diversas inconsistências no aplicativo. De acordo com a autarquia, a plataforma "induz à automedicação e à interferência na autonomia dos médicos, assegura a validação científica a drogas que não contam com esse reconhecimento internacional e não preserva adequadamente o sigilo das informações", entre outras questões.