O Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu a "retirada imediata do ar" do aplicativo TrateCov, disponibilizado recentemente pelo Ministério da Saúde. Em nota divulgada nesta quinta-feira (21), o conselho diz que identificou diversas inconsistências no aplicativo, que estava em teste em Manaus.
De acordo com a autarquia, a plataforma "induz à automedicação e à interferência na autonomia dos médicos, assegura a validação científica a drogas que não contam com esse reconhecimento internacional e não preserva adequadamente o sigilo das informações", entre outras questões.
Segundo o ministério, o objetivo do aplicativo é "auxiliar os profissionais de saúde na coleta de sintomas e sinais de pacientes, visando aprimorar e agilizar os diagnósticos da covid-19". O aplicativo também é responsável por sugerir "algumas opções terapêuticas", segundo informações do governo federal.
O aplicativo recomenda o uso de cloroquina, ivermectina e outros fármacos para náusea e diarreia, além de antibióticos — cuja prescrição é controlada a fim de conter o surgimento cepas bacterianas multirresistentes, segundo manual do CFM.
A lista de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19 é sugerida pela plataforma a qualquer soma de dois sintomas, mesmo se o paciente não saiu de casa ou teve contato com algum infectado nas duas últimas semanas.