A vacina contra o coronavírus da Oxford, desenvolvida pelo grupo farmacêutico AstraZeneca, ainda pode estar disponível até o final do ano, de acordo com o presidente-executivo da empresa, Pascal Soriot, em entrevista ao jornal The Guardian. Os testes foram suspendidos na última terça-feira após suspeita de uma reação grave em um participante do Reino Unido.
— Ainda acho que estamos no caminho certo para ter um conjunto de dados que enviaríamos antes do final do ano (para aprovação regulatória). (...) Ainda pode ter uma vacina até o final deste ano, início do próximo — disse Soriot ao jornal britânico.
O voluntário que registrou reação teria desenvolvido, segundo reportagem do jornal The New York Times, mielite transversa, síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal e pode ser provocada por infecções virais — a doença não foi confirmada pela AstraZeneca.
O presidente do grupo farmacêutico não detalhou por quanto tempo os testes ficarão pausados. No Brasil, que participava da fase de testes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já recebeu a mensagem de suspensão enviada pela AstraZeneca e informou, por meio de nota, que " aguarda o envio de mais informações sobre os motivos da suspensão para analisar os dados".
Cientistas e médicos afirmam que pausas são rotineiras durante o desenvolvimento de vacinas e medicamentos e que a medida demonstra um compromisso e o mais alto rigor com a segurança no desenvolvimento da imunização contra o coronavírus. Isso também não significa que o candidato a imunizante fracassou e será descartado como opção de combate à pandemia.
— É muito comum, na verdade, e muitos especialistas dirão isso a você — enfatizou Soriot. E completou:
— A diferença com outros testes de vacinas é que o mundo inteiro não os está observando. Eles param, estudam e recomeçam.