Baseado no que considera uma estabilização dos indicadores de propagação da covid-19 e da ocupação de leitos, o governo do Estado decidiu alterar os protocolos do distanciamento controlado no Rio Grande do Sul. Nesta segunda-feira (31), a alteração das notas de arredondamento e a retirada da trava de segurança, que impedia a saída da bandeira vermelha ou preta das regiões com avaliação de risco alta, acabou ajudando regiões como Canoas, Novo Hamburgo, Taquara e Porto Alegre a voltarem ao patamar laranja na publicação do mapa definitivo.
A Capital estava sob a cor vermelha desde 23 de junho. Na sexta-feira (28), o mapa preliminar trazia 10 regiões com bandeira vermelha, incluindo Porto Alegre. Nesta segunda, restaram apenas quatro nesta cor. Com a alteração nos protocolos, 17 regiões ficaram com bandeira laranja na 17ª semana do distanciamento controlado.
— A trava e as notas faziam parte de um desenho de um modelo pensado cinco meses atrás, quando não conhecíamos o comportamento da pandemia no Rio Grande do Sul. Hoje, temos mais tranquilidade de mexer nisso porque temos conhecimento da situação do Estado — explica a coordenadora do Comitê de Dados do Gabinete de Crise do governo estadual, Leany Lemos.
De acordo com os dados apresentados, o governo destaca que a região de Porto Alegre apresentou estabilização na avaliação dos indicadores que abrangem dados específicos da região. Esses indicadores são a variação no número de internados, de casos confirmados de covid-19 em leitos clínicos e UTI, a razão entre casos ativos e recuperados e a variação no número de leitos de UTI livres.
Apesar disso, dois dos indicadores seguem com avaliação de risco máxima (bandeira preta): incidência de novos casos sobre a população e capacidade de atendimento do sistema de saúde.
A estabilidade na avaliação dos indicadores da Região Metropolitana, aliada à alteração do limite dos parâmetros que determinam as cores das bandeiras, resultou em uma média que deixou a região da Capital em cor laranja.
A justificativa para a retirada da trava de segurança nesta semana, segundo o governo, estaria na estabilização nos indicadores e na liberação da cogestão regional, que acabou permitindo às regionais usarem medidas próprias, que acabaram mais próximas das determinadas pela cor laranja. Assim, de acordo com a gestão estadual, não haveria mais sentido de manter a determinação da trava.
— Os técnicos já haviam proposto essas duas mudanças na semana anterior: a retirada da trava e a mudança na nota de corte. A trava deixou de fazer sentido no momento em que começaram as cogestões, que permitem usar protocolos com medidas próprias e mais próximas da bandeira laranja. Ela se tornou um complicador técnico. Já são 14 regiões com cogestão. Com relação às notas, era como se, entre zero e 10, a região com nota cinco era considerada reprovada, indo para o vermelho. Agora, quem ficar com "nota cinco" vai ficar na média — justifica Leany.
No início de agosto, o governo já havia publicado um decreto alterando os protocolos da bandeira vermelha, permitindo o funcionamento, com restrições, do comércio varejista não essencial durante a pandemia do coronavírus nas regiões sob essa classificação. O texto também concedeu a possibilidade de funcionamento de restaurantes de segunda a sexta-feira, no horário do almoço.
Mesmo com as alterações, a Capital não deve alterar, neste momento, as restrições de atividades previstas.