O ministro da Saúde, Nelson Teich, visitou o Rio de Janeiro nesta sexta-feira (8) e defendeu que se foque em cuidados mais básicos para que os pacientes com o coronavírus não precisem de leitos de UTI.
— Eu vi o que está sendo feito na parte de cuidado. Estratégias para tentar diminuir a gravidade da doença para a população. Evitar que as pessoas precisem tanto de terapia intensiva, isso vai diminuir a nossa necessidade de qualquer cuidado mais sofisticado —disse ele, após visitar o hospital de campanha da prefeitura no RioCentro, na Barra da Tijuca.
Esta é a primeira de uma série de visitas que o ministro pretende fazer em cidades que estejam com casos críticos. Teich, que é carioca, falou por menos de dois minutos com a imprensa e não abriu espaço para perguntas. Afirmou apenas que se tratava de uma visita de trabalho e que vai conversar com pessoas das três esferas da saúde (municipal, estadual e federal) para definir estratégias conjuntas.
O ministro estava ao lado do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e de deputados federais bolsonaristas, como Luiz Lima (PSL-RJ), Doutor Luizinho (PP-RJ), e dos deputados estaduais Alana Passos e Márcio Gualberto (PSL). Ele teria uma reunião com o governador fluminense Wilson Witzel (PSC) nesta tarde no Palácio Guanabara, mas, como se atrasou, deveria encontrá-lo diretamente no hospital de campanha que está sendo construído no Maracanã.
O Rio tem a maior rede federal de saúde do país, com seis hospitais e três institutos. A única unidade federal definida como referência para a covid-19, o Hospital de Bonsucesso, passa por uma série de problemas e, até agora, só abriu 35 dos 170 leitos previstos, por falta de equipamentos e profissionais que deveriam ser contratados pelo ministério.
Na quinta (7), o Estado do Rio de Janeiro registrou, pela primeira vez, mais mortes por coronavírus em 24 horas do que São Paulo.
O governador prometeu inaugurar 10 hospitais de campanha em abril, mas até agora só abriu um, no Leblon, e ainda assim com menos da metade das 200 vagas previstas. O Estado do Rio já vive uma situação de colapso na saúde, com mais de mil pessoas na fila por leitos de enfermaria ou UTI.