O Hospital de Clínicas de Porto Alegre está investigando a contaminação de nove profissionais do Centro de Terapia Intensiva (CTI) adulto por coronavírus. O setor é justamente onde é realizado o tratamento de pacientes com a doença. A notificação das confirmações ocorreu entre 25 e 28 de maio. As pessoas infectadas são da equipe de enfermagem. Segundo a instituição, todos estão em isolamento domiciliar e passam bem.
O coordenador da comissão de controle de infecção do Hospital de Clínicas afirma que é pouco provável que exista uma relação entre o contágio e a assistência direta prestada aos pacientes, já que todos os profissionais passaram por treinamento e utilizam equipamento de proteção individual (EPI). Rodrigo Pires afirma que, em muitos casos, a contaminação ocorreu em outros momentos do trabalho.
— Não existe uma fonte comum de contaminação dos profissionais. Alguns foram infectados em fonte comunitária, outros tiveram contato com outro colega que já está assintomático de outra instituição ou do próprio hospital. No entanto, não identificamos a possibilidade de que a doença tenha sido contraída de um paciente — explicou o coordenador.
Diante da situação, o hospital anunciou que reforçou as medidas de segurança. Os profissionais de saúde do CTI foram informados e orientados a buscar atendimento, em caso de qualquer sintoma. Além disso, foram reforçadas as medidas de distanciamento entre os profissionais de saúde e equipes de apoio. Pires destacou que é preciso reforçar a atenção dos trabalhadores para as medidas de segurança em todos os momentos.
— Precisamos sempre reforçar que os profissionais não podem subestimar os seus sintomas e devem buscar auxílio o quanto antes. O serviço de medicina ocupacional está focado para que as equipes entendam que, com o crescimento de casos na rua, a situação não será diferente dentro do hospital — reforça Pires.
De acordo com o Hospital de Clínicas, a taxa de profissionais com covid-19 é baixa, cerca de 5%. Até agora, foram realizados 1.086 testes, depois dos quais 66 pessoas foram confirmadas com a doença.
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) foi consultada a respeito da situação e afirmou que ainda não é possível definir o ocorrido como um surto, já que a investigação está sendo realizada pela instituição.