O plano traçado pelo governo do Estado para enfrentar o coronavírus no Rio Grande do Sul pode ser comprometido se não for possível resolver a aquisição dos equipamentos de proteção individual (EPIs) aos profissionais de saúde e de segurança. A preocupação foi trazida pela secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, durante entrevista ao programa Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (3).
Segundo ela, profissionais que são diagnosticados com covid-19 já estão precisando se afastar das funções. Por isso, Arita destaca a importância de ter os EPIS disponíveis para uso. Os materiais recebidos e adquiridos já foram distribuídos e o governo está tentando comprar mais.
O governo tentou fazer uma compra de máscaras na quinta-feira (2), mas não houve interessados em vender. Algumas empresas têm se oferecido para produzir. No começo da semana, o governo tentou comprar 30 mil testes rápidos e também não houve quem quisesse vendê-los. Nesta sexta-feira, o objetivo é comprar 200 respiradores, 200 monitores e 600 camas.
— Trabalhamos com aquilo que o mercado está oferecendo. Mesmo que tenhamos planejamento, nem sempre é possível executar (o plano) uma vez que não há os insumos à disposição — disse a secretária.
Em relação aos testes, a secretária comemorou a decisão do governo em contratar laboratórios privados, junto a universidades, e que irá ampliar o número de exames para diagnóstico de coronavírus. Serão mais 300 por dia. Eles serão aplicados em profissionais da segurança e da saúde.
Além disso, o governo recebeu a primeira remessa de testes rápidos do Ministério da Saúde. Eles também serão destinados aos profissionais.
A secretária atualizou a situação dos leitos prontos para receber pacientes. Já são 214 e a expectativa é chegar a 561. Ela destacou também a intenção de ocupar os leitos clínicos, principalmente aqueles do Interior que, normalmente, ficam ociosos.
Sobre a possibilidade de pessoas estarem morrendo por outras doenças e não por coronavírus, a secretária frisou que, de todas as pessoas que morreram no Estado, 99% delas deram negativo para a covid-19. Os hospitais estão encaminhando as notificações, que passam a ser obrigatórias.
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