A chegada do coronavírus ao Brasil começa a provocar mudança nos hábitos da população, desde as interações interpessoais até as atividades em ambientes compartilhados. A atenção em locais com grande circulação de pessoas, como veículos de transporte público, supermercados e praças de alimentação, deve ser redobrada, segundo especialistas ouvidos por GaúchaZH.
A médica infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, afirma que esses ambientes não precisam ser evitados pela população, mas destaca que os responsáveis por esses locais têm de garantir uma boa higienização para combater a transmissão da doença.
— O vírus não é muito resistente no ambiente, desde que o local seja limpo. Se existir uma limpeza mínima, é um vírus de fácil remoção. Seria interessante o próprio estabelecimento melhorar a higienização de todos os locais onde as pessoas vão com a mão. Seja em um corrimão, seja em uma maçaneta, por exemplo.
Por parte dos frequentadores, a lavagem das mãos com água e sabão ou álcool gel após frequentar locais com grande circulação de pessoas é uma medida importante para evitar o contágio, segundo a especialista.
— Se a pessoa não tem condição de higienizar a mão logo após tocar nos objetos desses locais, ela tem de evitar colocar a mão nos olhos, no nariz e na boca. O vírus não voa da mão para o sistema respiratório — explica a médica.
O infectologista do Hospital Nossa Senhora da Conceição André Luiz Machado da Silva afirma que a prevenção de transmissão do vírus em locais públicos começa por parte das pessoas com sintomas da doença. Segundo ele, esses indivíduos devem seguir a etiqueta respiratória, como evitar espirrar ou tossir nas mãos.
— As pessoas com sintomas de doenças respiratórias precisam ter a consciência da etiqueta respiratória, bem como evitar locais públicos aglomerados. Se for necessário frequentar esses locais, que então usem máscaras — orienta Silva.
O médico afirma que objetos de uso pessoal, como celulares, também devem ser higienizados. Esse procedimento evita a transmissão do vírus:
— Esse objeto pode ser higienizado com um pano umedecido com água e detergente em vez de usar álcool, que muitas vezes acaba ressecando a borracha. Aplicar esse produto umas duas vezes é o suficiente por inativar o vírus.
Silva salienta que, assim como na epidemia de H1N1 em 2009, um dos desafios no cenário atual é barrar a transmissão no transporte público. Segundo o especialista, o reforço na rotina de higienização das áreas de uso comum nos veículos pode ajudar nesse combate.
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