No segundo dia de quarentena, nenhum dos 34 brasileiros e seus familiares chineses que estão na base militar de Anápolis (GO) apresentou qualquer sintoma para coronavírus, informou o Ministério da Defesa no fim da tarde desta segunda-feira (10).
Os repatriados passam por três avaliações médicas diárias, que incluem exames de sinais vitais, temperatura, pressão e frequência cardíaca, além de verificação em nariz e faringe. Um dia após a chegada dos repatriados, o governo federal liberou, nesta segunda-feira, mais de R$ 11,2 milhões para o Ministério da Defesa enfrentar o coronavírus.
O Brasil segue sem caso confirmado de coronavírus, e o número de suspeitos caiu de 12 para sete, anunciou na tarde desta segunda-feira (10) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. No Rio Grande do Sul, os casos investigados diminuíram de três para um.
O ministro pontuou que, apesar de não haver casos no Brasil, o governo segue em alerta porque o cenário pode mudar.
As duas suspeitas descartadas no Rio Grande do Sul são de uma criança residente na China, atendida em Morro Reuter, e de um homem que mora em Canoas e viajou ao país asiático. Segue sob suspeita uma mulher de 56 anos que mora em Porto Alegre e visitou a China, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES). Ela apresenta quadro leve e foi orientada a manter tratamento e isolamento em casa.
No Brasil, as outras suspeitas são em Minas Gerais (um), Rio de Janeiro (um), São Paulo (três) e Paraná (um).
Até agora, são mais de 40,5 mil casos confirmados em 24 países e 910 mortes na China, em Hong Kong e nas Filipinas, segundo as últimas informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O coronavírus, apesar de despertar grande preocupação mundo afora, é menos letal do que outras doenças que atingem brasileiros. A dengue, por exemplo, afetou quase 60 mil pessoas e matou nove só nos primeiros 25 dias do ano. O sarampo, que voltou após pais deixarem de vacinar os filhos, atingiu mais de 18 mil pessoas em 2019. Não houve nenhum caso no Brasil de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) ou Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio). Os dados são do Ministério da Saúde.
A OMS afirmou no último sábado (8) que o número de casos de contaminação diária na China se estabilizou, mas que ainda é cedo demais para dizer que a epidemia superou seu auge.
O médico Drauzio Varella, colunista de GaúchaZH, declarou, em entrevista exclusiva, que não está "nem um pouco assustado" com o coronavírus. Uma das justificativas é que o sistema de atendimento de saúde na China é mais precário do que em outros países, incluindo o Brasil. Outra é o consumo de cigarro, que é menor por aqui.
— A velocidade de disseminação é rápida, os números vão aumentando muito rapidamente, porém a mortalidade é baixa. A maioria desses casos você não consegue nem diferenciar de um resfriado comum. E quase toda a mortalidade é na China. Você não sabe que tipo de atendimento essas pessoas tiveram, se procuraram hospital, se não procuraram, em que hospitais foram tratadas. A China não tem um serviço hospitalar maravilhoso — afirmou Drauzio.
Aumentam os casos de coronavírus em cruzeiro no Japão
No Japão, o cruzeiro Diamond Princess, no qual todos os 3,7 mil passageiros a bordo estão em quarentena, viu 65 novos casos de coronavírus serem confirmados. Isso eleva para 135 o número de infectados no navio que está atracado no porto de Yokohama. O confinamento no cruzeiro pode prosseguir até 19 de fevereiro.
Em Hong Kong, os turistas confinados a bordo do cruzeiro World Dreams durante cinco dias foram autorizados a desembarcar no domingo.
Estudo publicado na última sexta-feira (7) apontou que quase metade das infecções iniciais por coronavírus foram em um único hospital de Wuhan, na China, segundo informações da CNN. As contaminações não teriam sido causadas por um único paciente, e sim por vários profissionais da saúde e pessoas infectadas em diferentes alas do hospital.