O Brasil segue sem caso confirmado de coronavírus, e o número de suspeitos caiu de 12 para sete, anunciou na tarde desta segunda-feira (10) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. No Rio Grande do Sul, os casos investigados diminuíram de três para um. Até agora, são mais de 40,5 mil casos confirmados e 910 mortes, segundo as últimas informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
As duas suspeitas descartadas no Estado são de uma criança residente na China, atendida em Morro Reuter, e de um homem que mora em Canoas e viajou ao país asiático. Segue sob suspeita uma mulher de 56 anos que mora em Porto Alegre e viajou à China, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES). Ela apresenta quadro leve e foi orientada a manter tratamento e isolamento em casa.
No Brasil, as outras suspeitas são em Minas Gerais (um), Rio de Janeiro (um), São Paulo (três) e Paraná (um).
Um dia após a chegada dos 30 brasileiros e seus quatro familiares à base militar de Anápolis (GO), o governo federal liberou, nesta segunda-feira, mais de R$ 11,2 milhões para o Ministério da Defesa enfrentar o coronavírus.
A doença, apesar de despertar grande preocupação mundo afora, é menos letal do que outras moléstias que atingem brasileiros. A dengue, por exemplo, atingiu quase 60 mil pessoas só nos primeiros 25 dias do ano. O sarampo, que voltou após pais deixarem de vacinar os filhos, atingiu mais de 18 mil pessoas em 2019. Não houve nenhum caso no Brasil de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) ou Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio). Os dados são do Ministério da Saúde.
O médico Drauzio Varella, colunista de GaúchaZH, declarou, em entrevista exclusiva, que não está “nem um pouco assustado” com o coronavírus. Uma das justificativas é que o sistema de atendimento de saúde na China é mais precário do que em outros países, incluindo o Brasil. Outra é o consumo de cigarro, que é menor por aqui.
— A velocidade de disseminação é rápida, os números vão aumentando muito rapidamente, porém a mortalidade é baixa. A maioria desses casos você não consegue nem diferenciar de um resfriado comum. E quase toda a mortalidade é na China. Você não sabe que tipo de atendimento essas pessoas tiveram, se procuraram hospital, se não procuraram, em que hospitais foram tratadas. A China não tem um serviço hospitalar maravilhoso — afirmou Drauzio.
Estudo publicado na última sexta-feira (7) apontou que quase metade das infecções iniciais por coronavírus foram em um único hospital de Wuhan, na China, segundo informações da CNN. As contaminações não teriam sido causadas por um único paciente, e sim por vários profissionais da saúde e pacientes infectados em diferentes alas do hospital.